Circuito em Casa
Foto: Divulgação

CONECTANDO A CIDADE A PARTIR DA CULTURA

Belo Horizonte é uma cidade de muitas manifestações e identidades culturais. Elas estão nos palcos e nas telas, nas ruas, viadutos e museus, no centro e nas periferias de todas as nove regionais da capital. Para buscar as conexões possíveis entre os muitos pontos de arte e cultura de BH, foi lançado, em dezembro de 2019, o Circuito Municipal de Cultura. O projeto é realizado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC).

Durante o período programado para a realização do Circuito Municipal de Cultura (12 meses), o objetivo era realizar 150 atrações artísticas e formativas, locais, estaduais e nacionais, contemplando diversas linguagens e um público de diferentes faixas etárias. O plano era promover essas atividades nos equipamentos culturais de BH, na Zona Cultural Praça da Estação, no Território L4 (Alto Vera Cruz, Granja de Freitas e Taquaril), e em parques e praças da cidade.

Em março de 2020, diante da pandemia da Covid-19 e do necessário período de isolamento e distanciamento social, todas as atividades presenciais do Circuito Municipal de Cultura precisaram ser interrompidas, em alinhamento à necessidade de preservar vidas na nossa cidade. O projeto foi adaptado para a versão on-line, lançada no mês de maio:  o Circuito em Casa.

Desde então, são apresentadas atrações semanais, no formato virtual, das mais diversas áreas artísticas: música, teatro, dança, literatura, cultura popular, artes visuais, cinema. A programação também contempla oficinas, tutoriais, bate-papos e apresentações para todas as idades. Assim, o Circuito em Casa busca ampliar as opções culturais para a população que está em casa durante a pandemia da Covid-19, como parte dos esforços da Prefeitura para manter o distanciamento social, conforme as recomendações da Secretaria Municipal de Saúde.

Além de contemplar algumas das atrações planejadas inicialmente para o Circuito Municipal de Cultura, o Circuito em Casa também lançou um novo cadastro de propostas artísticas, em 28 de maio, especialmente para selecionar projetos de apresentações on-line, lives, espetáculos e shows remotos, minicursos, produções adequadas ao período de distanciamento social. O chamamento ficou aberto até 10 de junho e, a partir das propostas cadastradas, foram selecionadas 47 atividades, organizadas por artistas de Belo Horizonte e Região Metropolitana, que contam com cachê de R$1 mil cada para o desenvolvimento e apresentação do seu trabalho na programação do Circuito.

As propostas foram selecionadas pela comissão curatorial paritária formada por 10 integrantes, sendo cinco da sociedade civil e cinco do poder público, atendendo aos critérios de: qualidade artística, inovação, diversidade, representatividades das linguagens artísticas, atendimento às diversas regiões da cidade, considerando, também, a  Metropolitana.

Das 572 propostas recebidas durante o chamamento público (entre os dias 28 de maio e 10 de junho), foram selecionadas 47. São elas:

Planilha

TERRITÓRIOS MOBILIZADOS NA CIDADE

Desde seu início, o Circuito Municipal de Cultura busca vascularizar os percursos possíveis entre as diferentes manifestações artísticas e culturais da cidade de forma descentralizada. Parte desse trabalho está na ação “Territórios Culturais”, que segue mobilizada também durante a realização do Circuito em Casa. São ações criadas a partir da escuta realizada com grupos de agentes culturais em todas as regiões de Belo Horizonte, buscando promover a valorização dos artistas locais nas mais variadas linguagens contemporâneas e tradicionais, estimulando o diálogo geracional, reconhecendo, interagindo e integrando culturas territoriais.

A partir da criação de 17 grupos on-line,  tendo cada um deles um Centro Cultural como referência territorial, mais de 600 pessoas constituem atualmente importante voz participativa dentro do Circuito em Casa. São artistas e consumidores de arte e cultura, de todas as regiões da cidade, moradores de bairros tradicionais, ocupações, vilas e aglomerados de Belo Horizonte que representam linguagens artísticas e a diversidade cultural da cidade.

A primeira atração dos Territórios Culturais a estrear no Circuito em Casa foi o desafio de slam – batalha urbana de poesia - com poetas e MCs de muitos bairros de Belo Horizonte. São 24 apresentações de um minuto, trazendo para a tela temas como a realidade da juventude nas periferias e  os olhares periféricos sobre a metrópole. Já o quadro História de Alimentar a Alma convida 10 personagens, ligados à cozinha, das diversas regiões da cidade, para mostrar as tradições locais a partir de receitas que dialogam com suas trajetórias e compõem, também, o patrimônio cultural de BH. 

Outro destaque, no campo das ações formativas, são duas oficinas gratuitas de técnicas de artes visuais, como grafite, stencil e muralismo, entre outras, que serão ministradas pelos artistas de diferentes lugares da cidade. Completando a programação dos Territórios Culturais, o Circuito em Casa conta com o quadro Link de Mestre. São 12 ações destacando mestres e mestras de ofício da capital, sua teoria e prática em várias linguagens da cultura popular, como o artesanato, a capoeira, as ervas e raízes, o samba, congo ou maracatu, contemplando 24 moradores de variadas regiões.

Todo o Circuito em Casa foi cuidadosamente desenvolvido, a partir das recomendações dos especialistas da saúde, de forma a reforçar o isolamento e proteger os envolvidos. Todos os artistas estão sendo orientados remotamente pela produção do Circuito, com as medidas necessárias contra o contágio do coronavírus e a formatação de cada apresentação conforme as exigências sanitárias de prevenção à pandemia. Além disso, em todas as apresentações do Circuito em Casa, os artistas veiculam mensagens de conscientização ao público, visando ampliar o combate à Covid-19 em Belo Horizonte.