Mônica Buono, 64 anos, entrou sabendo o que queria, enquanto Júlia Neves Fernando, 15 anos, não fazia ideia do que estava procurando, mas encontrou.
Em comum elas vivenciaram o Atelier de Criação, um espaço livre que as convidou a experimentar a criação artística e encarar a vida de uma outra maneira, sobretudo em tempos de pandemia.
Idealizado e coordenado por Lourenço Soalheiro, o projeto reúne pessoas comuns com a proposta de instrumentalizá-las com ferramentas de canto, composição e expressão corporal, mas com o objetivo principal de se expressarem verdadeiramente.
O resultado final dessa experiência você pode conferir na Live da “1ª Mostra Virtual de Videoclipes”, nos dias 17 e 18 de dezembro às 20h. Depois da exibição, os participantes convidam o público a participar de um rápido bate papo sobre o processo e suas descobertas.
Para mais informações e link de acesso à live basta acessar o @atelierdecriação no Instagram.
Por lá você consegue também informações da nova turma com inscrições em janeiro. Ter essa experiência, sobretudo no período de pandemia e isolamento social, transformou a relação dessas participantes consigo mesmas e com o ambiente do entorno.
“O Atelier me ajudou a atravessar esta turbulência trazendo momentos semanais de relaxamento e alegria, combustível positivo para remar por mais um período, contribuiu com energias positivas no fortalecimento do meu sistema imunológico e minha saúde como um todo.” conta Mônica, 64.
Já Júlia, 15, conta que achou o projeto interessante e quis experimentar: "Estava precisando dar uma pirada e acho que foi isso que eu encontrei (risos), uma tarde para estimular a criatividade, imaginação, trabalho em grupo, muito legal.”
A diferença de idade entre os participantes, a ausência de formação artística, o contexto conturbado do ano, nada disso foi impedimento e tudo virou motivação para que Lourenço Soalheiro, idealizador do projeto, seguisse em frente com a proposta que começou em 2018.
“O Atelier de Criação surgiu a partir de um sonho de trabalhar com pessoas sem formação profissional a criação, a música e a performance aliadas à expressão corporal.” Para ele, a ideia de trabalhar com pessoas isentas do título de “artista” diante da sociedade confere a elas uma liberdade ímpar de criar e se expressar como quiserem.
E é essa liberdade e desprendimento que permite mudanças e libertações mais profundas. Para Lúcia Pardini, 60, os maiores desafios (e vitórias) foram justamente lidar com a timidez e autocrítica exacerbada. “Venci minha timidez e autocrítica, eu era muito perversa comigo mesma.
Eu fui absolutamente bem recebida e ainda ganhei coragem para movimentar o corpo, criar, vencer a minha autocrítica e inventar sem recriminações ou cobranças de perfeição.”
Durante a pandemia, os encontros semanais passaram a ser pelo Zoom. “Precisei revisitar toda a minha bagagem para buscar ferramentas compatíveis com o novo formato. Mesmo assim, precisei adaptá-las e isso foi bastante divertido.” ressalta Lourenço.
A experiência adquirida no passado com edição de áudio também foi crucial para o músico, que pôde proporcionar aos alunos a gravação de áudio profissional das criações geradas por eles.