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Mostra: "CUIR – FILME E EXPERIMENTO – AMÉRICA LATINA"

Descrição

Em junho, uma pauta social relevante ganha especial projeção em todo o mundo: a da diversidade.

O mês foi escolhido em referência ao episódio conhecido como rebelião de Stonewall, ocorrido em Nova York, em 1969.

O levante do dia 28 alcançou repercussão mundial e se tornou determinante para a instituição do dia internacional do orgulho LGBT. Desde então, manifestações de classes e em áreas distintas passaram a ocupar com mais ênfase o debate público em prol da atenção aos direitos LGBT.

No campo artístico, não é diferente. Um desdobramento disso são ações que transformam as artes como instrumento mobilizador, a exemplo da CUIR — FILME E EXPERIMENTO — AMÉRICA LATINA, que começa nesta segunda-feira (07).

Totalmente on-line e gratuita, a mostra reúne obras criativas dos diferentes circuitos do cinema independente e das artes visuais que retratam experiências de sexualidade e de gênero.

Outras frentes também são contempladas na proposta artística dos 42 trabalhos que compõem a programação da CUIR, incluindo questões de classe, raça, território e colonização.

Até o dia 20 de junho, a mostra apresenta visões artísticas da dissidência sexual e de gênero no subcontinente sul expressas em criações audiovisuais assinadas por mais de 30 artistas nascidos no Brasil e em outros seis países da América Latina: Chile, México, Colômbia, Argentina, Cuba e Uruguai.

A CUIR exibirá produções organizadas em dez programas, além de uma série de debates, formada por oito encontros entre artistas, pesquisadores e pesquisadoras e o público.

O primeiro deles será transmitido nesta quarta (9), às 19h, através do canal próprio no YouTube. Conectada à pauta LGBTQIA+ está o trabalho do mineiro As Talavistas, coletivo independente de produção estética formado pelas artistas Marli Ferreira, Pink Molotov, Cafézin e Darlene Valentim, que fará na CUIR a estreia do longa-metragem “Sessão bruta”.

A recente produção encena um jogo fílmico entre ficção e relato, piada e crítica, close e intimidade, presencial e remoto, expressando um ponto de vista coletivo sobre as experiências da transgeneridade, da travestilidade e da negritude, e também das artes.

“Sessão bruta” é um desdobramento do curta “Pietá” (dir. Pink Molotov), sendo resultado de uma retomada colaborativa entre as integrantes do coletivo, e dirigido pelas artistas em parceria com a realizadora Gabriela Luíza, e com as artistas Dyony Moura, Duca Caldeira, Jô Arllen e Vidrynha.

Além de trabalhar as questões de sexualidade e gênero, As Talavistas também balizam suas criações em torno da valorização das africanidades como resistência, sobretudo a partir de afirmar a presença e a força dos corpos negros.

Outro trabalho que fará sua estreia na CUIR é “Flutu-ação”, assinado por Marissa Lobo, Ani Ganzala Lorde, Jeisiekê de Lundu, em uma coprodução entre Brasil (BA) e Áustria.

O curta criado pelas artistas para a CUIR, é um breve estudo do ritual da oferenda e suas derivações domésticas, corpóreas, visuais e espirituais.

Entre os coletivos de artistas, destaca-se também a participação do Surto & Deslumbramento (PE), formado por André Antônio, Chico Lacerda, Fábio Ramalho e Rodrigo Almeida, e que exibirá pela primeira vez “O nascimento de Helena”, filme dirigido por Rodrigo, que é também integrante do coletivo @saquinhodelixo. Desde que foi criado, em 2012, o Surto & Deslumbramento tem na prática de cinefilia sua matéria-prima para tecer trabalhos cujas temáticas se relacionam com as vidas LGBTQI+.

Os integrantes do Surto & Deslumbramento indicaram para compor o programa a Anarca Filmes (RJ), que assina a criação “Usina-Desejo contra a Indústria do Medo”, uma peça interativa realizada para explorar as possibilidades do ambiente web em 2021.

Outro destaque da cena brasileira cujo trabalho também se sustenta na pauta da diversidade está o da drag queen Uýra Sodoma (AM), conhecida como “uma árvore que anda”.

Na CUIR, Uýra exibirá “Manaus, uma cidade na Aldeia” e dividirá uma grade temática com a multiartista Keila Serruya Sankofa (AM).

as exibições internacionais, está uma reapresentação de “Ximena Cuevas: Identidade, Sexualidade e Política” da videoartista mexicana, Ximena Cuevas.

Exibida no festival Videobrasil, em 2001, a seleção de oito filmes traz às telas a potência de um trabalho que mescla identidade, sexualidade e política.

Além dessa seleção retrospectiva, a CUIR apresenta filmes premiados em festivais internacionais de relevância. Um exemplo disso é o longa “La noche”, vencedor do prêmio do júri na competição argentina do BAFICI, em 2016.

Há também estreias como o trabalho “The Pandemia CUIR Chronicles 2021”, uma compilação de filmes montada especialmente para a mostra pelo artista mexicano Gómez Peña e o coletivo La Pocha Nostra.

A mostra também recebe convidados da Argentina, da Colômbia e de Cuba, além de artistas representativos da produção contemporânea chilena, como MariaBasura, Felipe Rivas San Martín, Hija de Perra e Katia Sepúlveda.

Todas as obras convidadas e indicadas para a CUIR poderão ser vistas durante os 14 dias de programação diretamente na plataforma própria (@cuirfil.me), nas versões português e espanhol.

Também serão promovidos debates com transmissão ao vivo pelo canal da mostra no YouTube (@encurtador.com.br/kAL16).

Toda a programação é aberta e não são necessários cadastro e/ou inscrição prévios para acompanhar as atividades programadas.

O projeto foi aprovado nos editais da Lei Aldir Blanc, no âmbito do estado de Minas Gerais.

A produção é da proponente Ana Carolina Antunes e, a curadoria, do pesquisador e programador de cinema Luís Fernando Moura.

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online
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Em 14 dias de programação on-line e gratuita, mostra CUIR reúne 42 trabalhos que conectam o cinema independente e as artes visuais e retratam experiências de sexualidade, gênero, classe, raça, território e colonização
Entrada
Gratuito
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