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Mostra “E eu não sou uma mulher?” - BDMG Cultural

Descrição

De 5 de agosto a 5 de setembro, o BDMG Cultural realiza a exposição “E eu não sou uma mulher?”, das artistas Lucimélia Romão e Jessica Lemos, na Galeria de Arte e na plataforma virtual exclusiva mostrasbdmgcultural.org.

A dupla apresenta uma série de fotoperfomances e instalações, pautando temas e questões caras às mulheres negras, como colorismo e impactos do racismo e de diversas opressões. 

A frase que intitula a exposição como um todo, “E eu não sou uma mulher?”, é originalmente da abolicionista afro-americana Sojourner Truth, ativista dos direitos das mulheres que viveu entre 1797 e 1883, nos Estados Unidos.

A pergunta emblemática é parte de um discurso proferido em 1851, em uma convenção feminista em Ohio, chamando atenção para as reivindicações específicas de mulheres negras e racializadas, muito distintas das questões de mulheres brancas, sobretudo de classe média.

“Essa exposição traz, justamente, questões e anseios de muitas mulheres negras, por isso a frase proferida por ela foi considerada por nós o título ideal para exposição”, explicam as artistas .

O debate levantado por Sojourner Truth há mais de uma centena de anos se materializa no conjunto de obras das artistas, dialogando e traçando novas narrativas negras sob uma perspectiva afro diaspórica, explicam.

“Se materializa, por exemplo, nas fotografias apresentadas em tecido, que ressaltam a textura e contraste entre peles que se encontram, construindo uma identidade em recortes; na instalação sonora, em que trazemos a voz das mulheres fotografadas falando sobre como os tons de sua pele afetam sua subjetividade; na fotoperformance Mulher de Pau, que questiona e nega o lugar de servidão atribuído à mulher negra e mais”, afirmam. Jessica Lemos nasceu na Bahia e Lucimélia Romão em São Paulo.

Se conheceram, porém, em São João del Rei, no interior de Minas Gerais, quando as duas estudavam na Universidade Federal de São João del Rei.

Em 2018, as artistas reúnem pesquisas em comum, a baiana pela linguagem da fotoperformance e a paulista pela performance em si, para desenvolver o trabalho Mulher de Pau, uma das obras que ocupa a Galeria de Arte do BDMG Cultural.

Na performance, a colher de pau é como parte do corpo da artista, em alusão a precarização da força de trabalho de mulheres negras e da invisibilização de suas pautas. “Mulher de Pau é essencial para pensar como nossa sociedade digere o racismo de maneira fácil, fechando os olhos para o extermínio físico e subjetivo da população negra”, dizem.

Para a pesquisadora, performer e dramaturga Nina Caetano, que assina o texto de curadoria da mostra, "a exposição vai além da contemplação.

Ela produz experiência e pede escuta”. O mais importante, para as artistas, é que a potência das discussões levantadas pelas obras cheguem ao público: “desejamos que as pessoas consigam refletir sobre os impactos do racismo e das diversas opressões na vida de mulheres negras, para que novas experiências sejam produzidas.

É uma cura gradual de nossas gerações”, concluem.

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Série de trabalhos fotográficos performáticos da dupla de artistas Lucimélia Romão e Jessica Lemos discute questões e anseios de mulheres negras. Mostra estreia nesta quinta-feira, 5 de agosto, na Galeria de Arte e virtualmente
Entrada
Gratuito
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