Palestra: "A metaficção historiográfica de Ana Maria Gonçalves", com Cecy Barbosa Campos o Academia Mineira de Letras.
Ana Maria Gonçalves, no romance Um defeito de cor, apropria-se de fatos históricos ocorridos no século XIX, ficcionalizando-os.
Em trabalhosa pesquisa utiliza a história da escravidão relatando como eram capturados os africanos para serem escravizados, as atrocidades cometidas nos “tumbeiros" e a chegada ao Brasil.
A narração é feita por Kehinde, que, na infância, fora aprisionada com milhares de africanos num navio infecto e assim chega ao Brasil, com o nome cristão de Luiza.
Os fatos narrados coincidem com a história de Luiza Mahim, lendária figura invocada como símbolo de resistência à escravidão e líder de movimentos revolucionários, destacando-se a Revolta dos Malês.
O leitor acompanha a vida de Kehinde/Luiza e ao mesmo tempo a História do Brasil, pois a obra entrelaça a vida da narradora com acontecimentos ocorridos no Brasil, além de mostrar interessantes aspectos da vida na África.