FAN 2021 - O FAN

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O TEMA

MUVUCA DE PRETUNTU

A décima primeira edição do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte FAN BH parte das conexões culturais entre Brasil e África, mais especificamente das influências da cultura bantu na formação da identidade brasileira e suas relações com Minas Gerais.
O FAN BH 2021 - “Muvuca de Pretuntu” destaca o desejo de aproximação - através dos encontros, reflexões, trocas de experiências, de afetos - a partir de processos criativos colaborativos que se darão durante o Festival.

Mvúka, de origem bantu e língua quicongo, significa aglomeração ruidosa de pessoas, como forma de lazer e celebração. NTU é o princípio da existência de tudo. Na raiz filosófica africana denominada de Bantu, o termo NTU designa a partícula essencial de tudo que existe e tudo que nos é dado a conhecer a existência.

O Festival pretende realizar muvucas - encontros artísticos, unindo linguagens, gerações, temas e manifestações culturais, promovendo atividades que integrarão a programação. Também comporão a 11ª edição espetáculos, shows, exposições, exibições, oficinas, ações reflexivas, compartilhamentos de experiências e saberes. Sendo assim, MUVUCA DE PRETUNTU, além de destacar as influências da cultura bantu na formação linguística brasileira, propõe a compreensão expandida do pensamento bantu em nossa vida cotidiana e nas práticas culturais e artísticas. A direção artística desta edição é de Aline Vila Real, diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura.

CURADORIA

Credito: Acervo pessoal

FROIID

Froiid é artista plástico formado pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Artes da mesma instituição. Como artista, participou de exposições individuais e coletivas, tais como: “Boi de Piranha, Brazilian Zodiac” (2021); “É Hora da onça beber água” (Palácio das Artes, 2020-2021); “ “EmMeio” (Museu Nacional de Brasília, 2018). É membro do grupo de pesquisa, desenvolvimento e inovação - Laboratório de Poéticas Fronteiriças (CNPq).

Credito: Acervo pessoal

JÚLIA TIZUMBA

Júlia Tizumba é atriz, cantora, compositora, instrumentista, jornalista e pesquisadora. Integrante do NEGR.A - Coletivo Negras Autoras. É mestra em Artes Cênicas pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ministra aulas de percussão, já elencou diversos espetáculos e recentemente lançou o livro “Maurício Tizumba: caras e caretas de um Teatro Negro performativo”.

Credito: Acervo pessoal

SÉRGIO PERERÊ

Sérgio Pererê é cantor, compositor, instrumentista, pesquisador das manifestações afro-brasileiras. Com mais de dez álbuns lançados, também já dividiu o palco com artistas como Milton Nascimento, Naná Vasconcelos, Wagner Tiso e João Bosco. Apresentou-se em diferentes países de muitos continentes.

O FESTIVAL DE ARTE NEGRA DE BH 2021

O Festival de Arte Negra de Belo Horizonte é parte integrante da política pública de cultura do município e é um dos maiores eventos do gênero na América Latina. Sua primeira edição, em 1995, integrou as celebrações do tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, herói nacional e símbolo da resistência cultural da população negra do Brasil. Na época, o evento movimentou a cidade, que assistiu a ocupação de suas ruas, praças e teatros por artistas oriundos de diversos pontos da África e das diásporas negras.

A partir da segunda edição, em 2003, o FAN BH ganhou caráter permanente, com periodicidade bienal. Da mesma forma, reforçou a sua contribuição enquanto difusor da arte negra no Brasil e a sua fundamental importância para compreensão da origem e a inserção das diversas vertentes das culturas de matrizes africanas. Ao longo de sua trajetória, o Festival tem se consolidado como um importante fórum de encontros entre artistas locais, nacionais e internacionais para compartilhar ideias, procedimentos, perspectivas e técnicas sobre a arte negra.

A edição mais recente do FAN BH aconteceu em novembro de 2019 e teve como eixo de reflexão “Território Memória” , articulado às práticas culturais e artísticas negras. A programação da 10ª edição levou 510 artistas a diversos palcos da cidade, sendo 330 de Minas Gerais e 180 de outros 10 estados e países como Alemanha, Gana e Senegal. Foram realizadas 150 atividades, alcançando um público de mais de 25 mil pessoas. 

Secretaria Municipal de Cultura

Fundação Municipal de Cultura

A ILUSTRAÇÃO

Os pés carregam a vibração presente no movimento da cidade, seja nos encontros ou despedidas. Onde se firmam ou se espalham nossas raízes em conexão com a terra. O presente trabalho visa apresentação dos conceitos acerca da vibração. A vibração da alma de cada indivíduo enquanto só ou coletivamente, também a vibração presente na música, na dança, dos seres e do mundo. A cada movimento e transformação da cidade percebem-se essas vibrações.

E essa movimentação cíclica, entre pessoas e espiritualidade, nos reitera a nossa ancestralidade. Os pés, que nos direcionam aos caminhos, nos levam a lugares e encontros com o encantado e suas manifestações. A muvuca que funde os passos e pés que trabalham, dançam, e incorporam, a mesma que festeja, glorifica, ilumina-se, mas também corre para garantir o pão de cada dia. 

 

ARTISTAS CONVIDADAS: MINAS DE MINAS CREW  

Buscando transmitir tema “Muvuca de Pretuntu” e as relações da cultura Bantu com as tradições negras de Minas Gerais, o FAN BH convidou, para criar a identidade visual dessa edição, o coletivo Minas de Minas Crew, de Belo Horizonte, e o designer Vinícius Costa, de Cataguases (MG).

As quatro ilustradoras do grupo - Carol Jaued, Lídia Viber, Nika e Musa - criaram uma imagem representando a conexão energética dos pés sobre o chão, com a dança e o movimento referentes às tradições negras, representando a abertura de caminhos e a força de permanência da cultura popular. Já o designer convidado usou referências da física quântica e da partícula filosófica do “Ntu” - elemento que, na cultura Bantu, representa a essência de tudo. A equipe buscou formas e símbolos que contemplam a vibração e os encontros do evento neste ano.