Igreja de São Francisco de Assis e Praça Dino Barbieri

Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3000 - Pampulha
Telefone: (31) 3465-6219
Funcionamento: de terça a domingo, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h (Secretaria).
Consulte condições especiais de funcionamento e acesso devido à Covid-19
Mais informações: Capela São Francisco de Assis
Acesso pago

Igreja São Francisco de Assis, Pampulha, Belo Horizonte, à noite
Tamires Martins / Acervo PBH

A Capela Curial de São Francisco de Assis (elevada em 4/10/2021 a Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis) é o edifício mais conhecido do Conjunto Moderno da Pampulha. Com solução arquitetônica inventiva e original, o prédio, considerado por muitos como a obra-prima do complexo, representa o casamento entre a arquitetura, estrutura e obras de arte. Em seu edifício de vanguarda, ousado nas formas, as paredes se tornam suporte para pinturas, esculturas, mosaicos e murais de azulejos instalados de forma harmônica. 

 

Faça uma visita virtual à Igreja de São Francisco de Assis

O edifício está situado em uma península larga, em meio a um grande jardim projetado por Burle Marx, e tem sua entrada voltada para o nascer do sol e para a lagoa da Pampulha. Suas cinco “cascas” articuladas, com diferentes alturas, encaixam-se formando os espaços que guardam obras de arte como o painel pictórico e o painel de azulejos, em que Portinari retrata São Francisco; a Via Sacra, também de Portinari; os mosaicos azuis de Paulo Werneck, que se tornaram uma referência e parte da identidade marcante da Igreja; e o batistério em baixo relevo em bronze de Alfredo Ceschiatti, que retrata passagens bíblicas sobre Adão e Eva.

Igreja São Francisco de Assis, Pampulha, Belo Horizonte
Miguel Aun/Acervo Belotur

Muitos elementos existentes na composição arquitetônica do Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis fazem alusão às tradições da arquitetura religiosa mineira e franciscana, das quais Niemeyer extrai referências do programa arquitetônico tradicional, com adro, cruzeiro, campanário, átrio, coro, nave, púlpito, arco cruzeiro, altar mor e sacristia. No entanto, seu desenho inusitado e inovador acabou por sobressair às referências de religiosidade e seus elementos sacros tradicionais, gerando incompreensão. Esse estranhamento provocou o adiamento de sua sagração pela Igreja Católica por vários anos e, consequentemente, de sua abertura ao público.

A polêmica em torno da sagração da Igreja e o medo de que o edifício recém-construído fosse destruído motivaram, em dezembro de 1947, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a inserir a edificação na lista de bens culturais protegidos no Brasil por tombamento. Uma decisão inédita, à frente de seu tempo, que tinha como objetivo salvar a Igreja.

Além de atrair visitantes do mundo todo, interessados em conhecer de perto seu rico acervo arquitetônico e artístico, o espaço guarda seu uso como templo religioso, sendo local de celebrações como missas, casamentos e batizados.

Praça Dino Barbieri

Praça Dino Barbieri e Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte
Banco de Imagem/Adobe Stock

A Praça Dino Barbieri foi concebida originalmente como parte integrante dos jardins da Igreja de São Francisco de Assis, apresentando integração formal e continuidade paisagística entre a Praça e a Igreja.

A área, hoje denominada Praça Dino Barbieri, se apresentava no primeiro projeto de Burle Marx como um grande parque, com mais de 100 espécies florais, entre árvores (fícus, quaresmeiras e mangueiras, entre outras), arbustos e forrações, além de um viveiro para 36 espécies de aves com plumagem de coloração viva e variada e espaços para instalação de aparelhos de ginástica, por exemplo.

O projeto acabou sofrendo modificações desde a sua concepção e nunca chegou a ser implantado em sua plenitude. Os jardins foram executados com formatos diferentes, com alargamento das áreas de circulação e alterações nas formas dos canteiros, além da substituição de plantas especificadas, mas mantendo aspectos compositivos e conceituais importantes, como a sinuosidade, a assimetria e a variedade de cores e massas de vegetação.

Pela proximidade com o Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis, a praça é um dos espaços públicos que mais recebe visitantes e eventos do Conjunto. 

Cândido Portinari criou o painel externo em azulejo azul e branco que retrata cenas da vida de São Francisco, além do mural do altar principal, os 14 pequenos quadros da Via Sacra e o painel em cerâmica que reveste o púlpito, na parede exterior do batistério e no balcão da Igreja São Francisco de Assis: Roberto Castro / Acervo MTur
O projeto arquitetônico da Igreja São Francisco de Assis é de Oscar Niemeyer, e o cálculo estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo. Foto: Acervo Belotur
As linhas curvas da igreja encantaram artistas e arquitetos, mas escandalizaram vários setores da sociedade. Autoridades eclesiásticas não permitiram, por muitos anos, a consagração da capela Foto: Acervo Belotur
Os painéis externos são de Cândido Portinari - painel figurativo e de Paulo Werneck - painel abstrato. Os jardins são assinados por Burle Marx. Alfredo Ceschiatti esculpiu os baixos-relevos em bronze do batistério. Foto: Miguel Aun / Acervo Belotur
É considerada a obra-prima do conjunto. No projeto da capela Oscar Niemeyer faz novos experimentos em concreto armado, abandonando a laje sob pilotis e criando uma abóbada parabólica em concreto, até então só utilizada em hangares. Foto: Acervo Belotur
Erguida em 1943, a igreja de São Francisco de Assis, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, é considerada um marco na história da arquitetura brasileira. Foto: Marcelo Rosa / Acervo Belotur
Na fachada principal, uma marquise reta conduz à torre que emerge na lateral. “Era um protesto que eu levava como arquiteto, de cobrir a igreja da Pampulha de curvas, das curvas mais variadas, essa intenção de contestar a arquitetura retilínea que então predominava”, explicou Niemeyer, anos mais tarde. Foto:Tamires Martins / Acervo PBH
Conhecida carinhosamente como Igrejinha, a edificação é uma joia de Belo Horizonte. Foto: Pedro Vilela / Acervo MTur