Mulher negra de turbante em uma cozinha com uma janela ao fundo
Iago Viana

VIRADA TRAZ ATRAÇÕES DIVERSAS E CENÁRIO INUSITADOS

A Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Periférico, realizam, em 16 e 17 de outubro, a Virada Cultural de Belo Horizonte 2021. Com atrações culturais de diferentes áreas, esta será a primeira edição on-line da Virada Cultural, com transmissão ao vivo pelo canal oficial da Fundação Municipal de Cultura no YouTube. O evento contará também com intervenções urbanas pelo hipercentro da cidade, em formatos que poderão ser apreciados pelo público sem provocar aglomeração. Toda a programação é gratuita e realizada seguindo os protocolos de prevenção à Covid-19 vigentes na cidade. Mais informações sobre a edição de 2021 estão disponíveis no site oficial viradacultural.pbh.gov.br

Neste ano, o festival traz o conceito “Cultura vibra, viva, vira”, com nove espaços virtuais de transmissão, definidos como “Viras” — Vira Estação, Vira e Faz, Vira Saia, Vira Virou, Vira Pipoca, Vira Guaicurus, Vira Bem, Vira Praça Sete e Vira Geek. Eles  exibirão on-line  suas atrações, simultaneamente, nas 24 horas de duração da Virada Cultural. 

No canal Vira Estação, que faz referência a um dos mais tradicionais palcos da Virada Cultural de Belo Horizonte, as atrações misturam samba, pop e eletrônica, blocos de carnaval, funk, rap, MPB e jazz. Para abrir a programação do espaço, às 19h, o Kilombu Manzo apresentará o Show Ngunzo, com os artistas Rodrigo Negão, Tamara Franklin, Melvin Santhana, Imane Rane, Gui Ventura, Acauã Rane, Laiza Lamara Alexandre de Sena, Ana Martins, Renato Lembogy, Paulo Guzambe, Luter Nguzuale, João Kabilegy, com participação de Mametu Muiande, Luan Manzo e Makota Kindoiale. 

Registada como patrimônio imaterial de Belo Horizonte pela Prefeitura, a Comunidade Quilombola Manzo N'gunzo Kaiango é uma referência para a cultura afrodescendente de Belo Horizonte e região metropolitana em sua luta por cidadania digna e também por ser um espaço de importância social e cultural, que atua na formação complementar de jovens residentes na região do bairro Santa Efigênia e entorno. 

Entre as outras 13 exibições programadas para o canal, o Block Funck You, tradicional da capital, trará para a Virada um gostinho de saudade do carnaval, com a famosa batida do funk unida ao batuque dos tambores. Será também no Vira Estação a participação do grupo Enversos, que apresenta o show inédito “Alonga e Dança”, com músicas lançadas durante a pandemia, além de músicas inéditas para marcar o reencontro com o público. O espetáculo Veludo convida o espectador a passar o dia na exuberante paisagem do Topo do Mundo, com cinco live-sets dos DJs Los Genaros, Shigara, TechBuddha, Garcías e Bruno Afterall. 

Já o Vira Praça Sete mescla música soul, disco, samba, choro, cinema, rock, dança, MPB, instrumental, pagode e sertanejo. O show “Não importa a pergunta, a resposta é o amor”, do chorista Dudu do Cavaco, do Instituto Mano Down, será uma das atrações. Ao todo, serão 25 atividades,  como a apresentação do grupo Union Latina, com uma mescla de culturas e diversidade musical  dos músicos de diferentes países — Brasil, Cuba, Uruguai e Colômbia.  

Cinema, teatro, dança, performances, gastronomia e literatura estarão em cartaz no Vira Pipoca. O Camaleão Grupo de Dança apresenta “Veias Abertas”, um vídeo dançante que retrata a energia vital que move o mundo. O grupo Todos Estão Surdos faz uma oficina para ensinar a tradução e a interpretação de músicas em Libras.  

O Vira ainda traz outras 47 atrações, entre elas vídeos feitos pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) da exposição “Histórias das embalagens na Quarentena”, para sensibilizar o público sobre consumo excessivo, desperdício e o aumento dos resíduos gerados para a cidade. A exibição chegará ao Museu de Artes e Ofícios durante a Virada Cultural de Belo Horizonte 2021 e continuará aberta ao público por mais tempo. 

No Vira Guaicurus, uma combinação de música, teatro, dança, moda, performance e circo garante a diversidade, valorizando as pautas sociais que compõem as 40 atrações veiculadas nesse espaço. Uma delas, o rapper FBC apresenta o seu mais recente trabalho, "Outro Rolê", e a cantora baiana Josyara apresenta show inédito, como parte da programação parceira Divina Maravilhosa, em formato voz e violão e com músicas autorais. 

Shows de MPB e de música instrumental, contação de histórias, bate-papos, atividades de prática do bem-estar e da saúde estarão no Vira Bem. Octavio Cardozzo lançará  o álbum “Pra chorar dançando”, com canções dos seus últimos trabalhos. O cenário é uma das plataformas da Estação Central do Metrô de Belo Horizonte. O Vira Bem terá outras 48 atrações, incluindo a apresentação do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, no “Bombeiro Instrumental Orquestra Show” direto do terraço do Edifício Itamaraty. 

O Vira Saia, por sua vez, é o espaço do samba, forró, congado e outras manifestações de cultura popular. Uma das atrações será o Bloco Caricato Estivadores do Havaí,  do carnaval de Belo Horizonte, que se apresentará com sua bateria e passistas, com show gravado no Mirante do Mangabeiras. O Coletivo Clã Sambadeiras de Minas traz o espetáculo “Versamentos de Sambadeiras”,  com o canto, a dança,  histórias, poesia e a vivacidade da roda de samba. Ainda nesse Vira, outras 25  atrações: duas de festivais parceiros — Verbo Gentileza e Minas Pé de Serra — e três produções associadas da Fundação Clóvis Salgado — Minas 300 anos, Quando o Carnaval Voltar e Galo e Cruzeiro. 

No espaço Vira Virou, Marcelo Veronez, cantor, ator e diretor, se apresenta ao vivo, durante as 24 horas do  festival, compartilhando sua paixão pelos vinis, com muitas histórias, conversas com artistas e bom humor. 

O Vira Geek terá programação voltada para o universo dos games, quadrinhos e animes, promovida em parceria com GRM E-sports, Saga Escola de Artes Gráficas e Praia de Concreto. O espaço  oferece oficinas de softwares, webinars com empresários da área e transmissão das finais de campeonatos de League of Legends (LOL), Wild Rift e TeamFight Tactics (TIF). Para a Virada Cultural, a Praia de Concreto organizará um concurso de cosplay (pessoas que se vestem e performam como personagens da cultura geek) em formato digital, onde os participantes enviam vídeos. O resultado será transmitido ao final das apresentações. 

No Vira e Faz, o foco serão as oficinas e atividades formativas, totalizando 16 atrações ofertadas ao logo do evento. Entre elas, estará a de Raquel Bolinho, a grafiteira que criou o  personagem cupcake, espalhada pelos muros da cidade, promovendo um debate sobre a arte urbana. Na web-série "O Laboratório do Dr. Crassus", o servidor da Prefeitura de Belo Horizonte, Marcelo Cândido, mostra a toy art  usada na obra de ficção dele, com aproveitamento criativo de embalagens plásticas. 

Fechando os espaços, o Vira Lata estará disponível no site oficial da Virada Cultural, como um lugar especial para cães e gatos. O objetivo é conectar animais em situação de rua que precisam de um lar a pessoas que queiram adotá-los. Todos os Viras exibirão pílulas de dicas sobre o mundo pet. O espaço é uma parceria da Prefeitura Belo Horizonte, por meio do Centro de Controle de Zoonoses São Bernardo, com o Grupo de Proteção Animal Cidade Administrativa e o AuQueMia Proteção Animal.  

 

Primeira Virada on-line 

Para as gravações da Virada Cultural de Belo Horizonte 2021, realizadas previamente a fim de proporcionar maior segurança a todos os envolvidos, espaços pouco tradicionais se transformaram em palco, reforçando o caráter inovador do festival. O público da Virada será surpreendido com atrações em lugares icônicos da cidade — Viaduto Santa Tereza, Estação Central do Metrô, Associação Cultural no Aglomerado da Serra, terraços de prédios do hipercentro da cidade —, ressignificados para integrar a proposta de pluralidade do evento. Mac Júlia sobe ao terraço do Brasil Palace Hotel, um local irreverente para eventos, para mostrar o hip-hop com todo o empoderamento feminino da juventude e da periferia. 

Fabíola Moulin, secretária municipal de Cultura e presidenta interina da Fundação Municipal de Cultura, fala sobre a pluralidade do festival. “A Virada Cultural de Belo Horizonte tem como sinônimo a diversidade: de linguagens artísticas, de espaços e de pessoas que, ao longo das últimas cinco edições, vieram vivenciar essa experiência cultural tão importante proporcionada pela Prefeitura de Belo Horizonte. Nesta edição, diante da necessidade de adaptação de boa parte da programação para o ambiente virtual, a ideia de criar os ‘Viras’ teve como intuito principal trazer para este novo espaço a mesma pluralidade que já estamos habituados a encontrar na Virada Cultural. Há atrações para todos os gostos e idades, totalmente gratuitas e realizadas com muito cuidado para a população da nossa cidade e todos que se interessarem pela rica produção cultural de Belo Horizonte e região metropolitana”, afirma a secretária.  

 

Diversidade e oportunidades 

A Virada é de 24 horas on-line, mas exibirá 216 horas de conteúdo gratuito para a população. Nesse formato inédito de transmissão, o público não somente de BH, mas do mundo todo, poderá acompanhar toda a programação da 6ª edição da Virada Cultural, ampliando a visibilidade do evento e reconhecimento das produções locais e o uso dos tradicionais espaços culturais da cidade e outros inovadores, proporcionando experiências artísticas memoráveis. 

 

Cuidados durante a pandemia 

Além da programação virtual, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Fundação Municipal de Cultura, haverá instalações e intervenções urbanas, em espaços do hipercentro de BH, que poderão ser acompanhadas pelo público, seguindo todos os protocolos de prevenção ao contágio pela Covid-19 vigentes na cidade. Uma delas é de Jojô Hissa e Jhê, que propõem a intervenção urbana “A maior das maravilhas”, com imagens de revistas e outros recortes analógicos ampliados para compor um mural inspirado na canção “Saudade dos Aviões da Panair”, escrita em 1974, por Milton Nascimento e Fernando Brant.  

Também nas gravações, o cuidado e a prevenção à Covid estão sendo observados. Todos os profissionais (artistas, produção e equipe técnica) envolvidos na Virada Cultural 2021 foram testados para covid-19 pelo laboratório Hermes Pardini, e também estão sendo seguidas as regras sanitárias, com uso constante de máscaras — exceto pelos artistas quando estavam gravando —, distanciamento físico e uso de álcool em gel 70 em todos os ambientes. 

Em breve, a programação completa da Virada Cultural de Belo Horizonte 2021 será divulgada para o público criar o próprio roteiro e acompanhar, como desejar, um dos festivais culturais mais tradicionais da capital mineira. As atrações serão on-line, simultâneas, e não poderão ser acessadas após o término.  

 

Sobre a Virada Cultural 

 

A Virada Cultural  tem como premissa a democratização do acesso à arte e à cultura, bem como o estímulo à formação de público para os artistas da cidade. Já foram realizadas, até o momento, cinco edições, que somam a participação de mais de 15 mil artistas e profissionais da cultura e 2.445 atrações, alcançando um público de mais de 2,2 milhões de pessoas. A edição mais recente, em 2019, com 26 horas de programação, atraiu um público de 520 mil pessoas, que passou por 25 espaços, com 440 atrações no total.