V Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais” oferece novos filmes em sua segunda semana
Até dia 17 de março, Mostra traz produções premiadas que abordam temas como sexualidade, maternidade, negritude, feminismo e ativismo social; programação inclui apresentação de relatório sobre a realidade das trabalhadoras sexuais da Rua Guaicurus
Até o próximo sábado, dia 17 de março, a “V Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais” exibe novos filmes, no Cine Santa Tereza, integrando a segunda semana da programação, com produções brasileiras contemporâneas assinadas por mulheres. Dedicada a apresentar e dar visibilidade à atuação feminina no âmbito do audiovisual, a mostra, que chega à sua quinta edição neste ano, é uma celebração da Prefeitura de Belo Horizonte ao Mês da Mulher. Uma seleção diversa de filmes de ficção e documentário, que tratam temas como sexualidade, maternidade, direito ao corpo, negritude, pauta indígena, feminismo e ativismo social entram em cartaz esta semana. Algumas das obras exibidas foram premiadas em festivais nacionais e internacionais, caso de "Levante", da cineasta Lillah Halla; “Regra 34”, da diretora Julia Murat; e “Incompatível com a Vida”, dirigido por Eliza Capai. A programação da semana traz, ainda, lançamento e debate de relatório sobre a realidade das trabalhadoras sexuais da Rua Guaicurus.
A "V Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais" é realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, da Fundação Municipal de Cultura (Diretoria de Promoção das Artes) e da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (Diretoria de Política para as Mulheres), com apoio do Conselho Municipal do Idoso. Integrando a programação do Circuito Municipal de Cultura, a Mostra tem ingressos gratuitos, que podem ser retirados on-line pelo site da Sympla ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes da sessão. Mais informações podem ser encontradas no portal da PBH, bem como nas redes sociais e no site do Circuito.
Com uma homenagem à artista Marcélia Cartaxo, a Mostra começou no dia 5 de março, levando ao Cine Santa Tereza uma retrospectiva de filmes protagonizados pela atriz, com sessões comentadas pela homenageada, além de outros filmes que ressaltaram a produção feminina mineira e contemporânea. Nesta segunda semana, a programação aborda as “mulheridades” por diferentes aspectos, a começar pela do feminismo, do ativismo e dos direitos humanos, com o documentário “Luzes, Mulheres, Ação” (2022), da cineasta Eunice Gutman. Com sua posição feminista e uma significativa filmografia documental, Gutman é uma referência do documentário brasileiro dos anos 1980 e 90 tendo se dedicado a retratar a luta das mulheres brasileiras contra o sexismo, assim como a participação feminina na política nacional. “Luzes, Mulheres, Ação” narra a história do movimento das mulheres no Brasil, desde as manifestações no início do século XX até a atualidade.
Outro destaque da programação é o documentário “Incompatível com a Vida” (2023), considerado um grito pessoal e político da diretora Eliza Capai, que trata da maternidade. A partir de sua gravidez, a cineasta conversa com outras mulheres sobre experiências similares, criando um potente coral de vozes que refletem sobre vida, morte, luto e políticas públicas. O filme foi vencedor da 28ª edição do “É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários”. O tema da maternidade, do direito ao corpo e das redes de apoio também atravessam o filme “Levante” (2023), de Lillah Halla, considerado o melhor filme na premiação da Federação Internacional dos Críticos - Fipresci, em Cannes, a ficção conta a história de Sofia, uma jovem atleta que descobre estar grávida às vésperas de um campeonato de vôlei decisivo para sua carreira como esportista.
A Mostra traz, ainda, “Regra 34” (2022), da diretora Julia Murat, longa-metragem franco-brasileiro premiado com o “Leopardo de Ouro”, prêmio máximo do “Festival de Locarno”, na Suíça; o prêmio de “Melhor Direção de Ficção” da “Première Brasil”, no “Festival do Rio”; e o “Prêmio Especial do Júri” no “Festival do Novo Cinema Latino-Americano de Havana”. O drama, que discute sobre os limites da sexualidade, conta a história de Simone, jovem defensora pública que defende mulheres vítimas de abuso.
As pautas indígenas ganham espaço com o documentário “Vento na Fronteira” (2022), de Laura Faerman e Marina Weis, que mostra o conflito das terras indígenas no Brasil. No coração do agronegócio brasileiro, uma professora indígena luta pelo direito de sua comunidade às terras ancestrais; enquanto, no lado oposto desta disputa está a herdeira dessas terras, uma advogada com fortes relações com a bancada ruralista. A questão da negritude também se faz presente na programação da Mostra, com o filme “Diálogos com Ruth de Souza” (2022), da cineasta Juliana Vicente. O documentário faz um mergulho profundo na vida e obra de uma das primeiras atrizes negras a ganhar espaço nos palcos, na televisão e no cinema do Brasil. Ruth de Souza carrega em si a gênese de parte importante das conquistas para as mulheres negras, ao longo de quase um século de vida. Além de imagens de arquivo, o filme vai sendo construído a partir das conversas da atriz, de 98 anos, com a jovem diretora, Juliana Vicente; encontros estes que geram novas percepções e que cruzam diálogos, memórias e um universo mitológico que envolve as mulheres negras.
Relatório de trabalhadoras sexuais da Guaicurus
Outro tema que ganha visibilidade na "V Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais" são as redes de trabalhadoras sexuais cisgêneras e transgêneras, com o lançamento do Relatório Final e Infográfico, que concentra os resultados de uma pesquisa realizada com mais de 350 mulheres que trabalham na Guaicurus. O “Diagnóstico Socioterritorial e Assessoramento às Redes de Trabalhadoras Sexuais Cisgêneras e Transgêneras da região da Guaicurus” foi realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Subsecretaria de Direitos de Cidadania (SUDC) e da Diretoria de Políticas para as Mulheres (DIPM), juntamente com a PUC Minas, que, de forma colaborativa com a Associação das Prostitutas de Minas Gerais (APROSMIG), realizou a pesquisa ao longo de 2023 . A realização do diagnóstico partiu de demanda apresentada, entre 2021 e 2022, pelas próprias trabalhadoras sexuais.
Para apresentar e debater sobre os resultados da pesquisa estarão presentes: Maria de Fátima Muniz do Nascimento, presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres; Márcia Mansur Saadalla, psicóloga social, professora da PUC Minas e coordenadora do projeto; Elizabeth Fernandes, psicóloga social e pesquisadora do PROEX no projeto; Cida Vieira, diretora da APROSMIG; e Daniella Lopes Coelho, diretora da Diretoria de Políticas para as Mulheres.
No dia, serão também exibidos os vídeos “Jade Muniz” e “Sissy Kelly”, que fazem parte de uma campanha de fortalecimento da luta contra o estigma social e o preconceito, desenvolvida pelo Inteligência Coletiva Minas Gerais, em parceria com o Coletivo Rebu de profissionais do sexo.
SERVIÇO | CIRCUITO MUNICIPAL DE CULTURA
“V Mostra Diálogos Pela Equidade: Mulheres Plurais”
Quando. Até sábado, 17 de março
Onde. Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 - Santa Tereza)
Quanto. Gratuito, mediante retirada antecipada de ingressos on-line pelo site da Sympla ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes da sessão
PROGRAMAÇÃO | 2ª SEMANA
“V Mostra Diálogos Pela Equidade: Mulheres Plurais”
12/3, terça-feira, às 19h | Mulheridades: feminismo, ativismo e direitos humanos
“Luzes, Mulheres, Ação” (Eunice Gutman | Brasil | 2022 | Documentário | 85 min)
Classificação indicativa: livre
13/3, quarta-feira, às 18h | Mulheridades: trabalhadoras sexuais
“Jade Muniz e Sissy Kelly” (ICMG | 2021-2022 | 3 min)
Apresentação do relatório “Diagnóstico Socioterritorial e Assessoramento às Redes de Trabalhadoras Sexuais Cisgêneras e Transgêneras da região da Guaicurus”
Com participação de Maria de Fátima Muniz do Nascimento (presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres), Márcia Mansur Saadalla (psicóloga social, professora da PUC Minas e coordenadora do projeto), Elizabeth Fernandes (psicóloga social e pesquisadora do PROEX no projeto), Cida Vieira (diretora da APROSMIG) e Daniella Lopes Coelho (diretora da Diretoria de Políticas para as Mulheres)
Classificação indicativa: livre
14/3, quinta-feira, às 19h | Mulheridades: sexualidade e violência sexual
“Regra 34” (Julia Murat | Brasil/França | 2022 | Ficção | 100 min)
Classificação indicativa: 18 anos
15/3, sexta-feira, às 19h | Mulheridades: maternidade e direito ao corpo
“Levante” (Lillah Halla | Brasil | 2023 | Ficção | 92 min)
Classificação indicativa da sessão: 16 anos
16/3, sábado, às 19h | Mulheridades: maternidade e direito ao corpo
“Incompatível com a Vida” (Eliza Capai | Brasil | Documentário | 92 min )
Classificação indicativa: 14 anos
17/3, domingo, às 16h30 | Mulheridades: mulheres e pautas indígenas
“Vento na Fronteira” (Laura Faerman e Marina Weis | Brasil | 2022 | Documentário | 77 min)
Classificação indicativa: 12 anos
17/3, domingo, às 18h30 | Mulheridades: mulheres e negritude
“Diálogos com Ruth de Souza” (Juliana Vicente | Brasil | 2022 | Documentário | 107 min)
Classificação indicativa: 10 anos