FLI BH - 2023 - O FESTIVAL

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5ª edição do FLI BH reúne mais de 27 mil pessoas em 219 atividades gratuitas



Com avaliação extremamente positiva do público, o Festival Literário Internacional de Belo Horizonte aconteceu em cinco etapas, ampliando sua atuação em 2023

Um encontro de vozes diversas e ideias transformadoras. Assim foi a 5ª edição do Festival Literário Internacional de Belo Horizonte - FLI BH, que ofertou 219 atividades gratuitas e reuniu mais de 27 mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos. Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Periférico, o Festival contou com cinco etapas, de setembro a dezembro de 2023, cumprindo seu objetivo de diversificar o público e descentralizar o projeto, fortalecendo ainda mais as cadeias criativas do livro e da promoção da literatura, além de contribuir para o acesso à cultura em todas as regionais da cidade. Um dos destaques do evento foi a quarta etapa, que aconteceu no CCBB-BH, na Praça da Liberdade. Na ocasião, cerca de 2.400 pessoas participaram das oficinas e mesas de debates, que tiveram sua capacidade máxima atingida, e foram distribuídos cerca de 11 mil livros para estudantes e educadores da rede municipal de ensino. 

Para a Secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, o FLI BH é uma importante política pública do município dedicada à valorização e ao desenvolvimento da literatura e da leitura. "A Prefeitura de Belo Horizonte oferece ao público programação rica, extensa e contemporânea. Além disso, o Festival cumpre o papel de promover uma grande articulação entre editores e autores, possibilitando aos participantes o acesso a uma produção cultural potente e diversa. Estruturamos o 5º FLI BH como uma ação estendida e continuada, de difusão e formação, que se expandiu para a cidade com programações nas 22 bibliotecas da Cultura Municipal, nas livrarias de rua da cidade, especialmente na Savassi, o bairro das letras, no Circuito Literário de BH, além do CCBB. É Belo Horizonte reafirmando sua vocação de cidade literária", comemora.  

A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres, celebra a realização de mais um festival, que, em 2023, homenageou Lélia Gonzalez, pioneira nos estudos sobre feminismo negro no Brasil, e teve como lema “Vozes e ideias para vidas justas”. "A produção artística do FLI BH está sempre antenada com as mudanças sociais no país e homenagear a filósofa e escritora Lélia Gonzalez, uma referência nos estudos de gênero e raça no Brasil e América Latina, é um importante destaque da 5ª edição do festival. Tivemos autoras e autores convidados que estão produzindo literatura inspiradas pela Lélia e seus ideais do feminismo negro. Mas o FLI BH é também lugar de muita literatura infanto-juvenil incentivando a formação de público de leituras e bibliotecas, uma ação constante da Prefeitura de Belo Horizonte para estimular a cadeia produtiva do livro e do leitor". 

"Ficamos muito felizes com a realização do FLI BH. Foram mais de 200 profissionais envolvidos na entrega de uma programação tão extensa, diversa e com qualidade. E foi emocionante ver o evento acontecendo, com tantas crianças e adultos participando. Além disso, tenho certeza que contribuímos um pouco mais para a disseminação da literatura em nossa cidade", comenta Gabriela Santoro, Presidente do Instituto Periférico. 

O FLI BH 2023 é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, e do Instituto Periférico. Conta com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais, por meio dos recursos do Fundo Especial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais – FUNEMP, e com a parceria cultural da Câmara Mineira do Livro, do Sesc em Minas e do Centro Cultural Banco do Brasil. O Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais, organizado pela Câmara Mineira do Livro e patrocinado pelo Mater Dei, integrou o FLI-BH por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

O evento conta também com recursos do Fundo Especial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. O Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais, organizado pela Câmara Mineira do Livro e patrocinado pelo Mater Dei, integra o FLI-BH por meio da lei municipal de incentivo à cultura de Belo Horizonte. Todas as atividades são gratuitas.

O TEMA:

VOZES E IDEIAS PARA VIDAS JUSTAS


O Festival Literário Internacional de Belo Horizonte - FLI BH vem se tornando, mais que um evento cultural no calendário da cidade, um encontro que celebra ideias e reflexões que indagam e iluminam o nosso tempo. É nessa visada que, em sua quinta edição, homenageia a filósofa, antropóloga e política Lélia Gonzalez, trazendo para sua programação temas centrais da obra da autora e suas proposições para uma compreensão menos ingênua do país que construímos juntos todos os dias.

Muitos poderão dizer, acertadamente, que Lélia não escreveu literatura e, por isso, estranhar a homenagem que o FLI BH faz a ela. Mas há muito sabemos que a literatura é uma forma de conhecimento que toma saberes os mais diversos para criar, singularmente, os seus.

Muitos dos temas que nos atravessam coletivamente estão presentes na obra de Lélia Gonzalez, desde as desigualdades raciais, de gênero e linguísticas, que geram discriminação e exclusão, até a construção de um pensamento feminista afro-latino-americano, acolhendo as mulheres negras e indígenas, cujas lutas foram historicamente invisibilizadas no Brasil.

Movidos pelo compromisso com a ampliação de Vozes e ideias para vidas justas, certamente no centro do pensamento de Lélia Gonzalez, convidamos bebês, crianças, adolescentes, jovens e adultos a encontros poéticos e festivos no FLI BH 2023.

A HOMENAGEADA:

LÉLIA GONZALEZ

 

Ela nasceu Lélia de Almeida no dia 1º de fevereiro de 1935, em Belo Horizonte, em uma família pobre, décima sétima filha de um pai negro, operário e uma mãe indígena, empregada doméstica e analfabeta. Ainda na infância, se mudaram para o Rio de Janeiro. Ao longo da vida, e especialmente após a morte de seu primeiro marido e grande amor, Luiz Carlos Gonzalez, descobriu-se negra e adotou o nome que a tornou conhecida.

Graduou-se em História, Geografia e Filosofia, foi tradutora e professora na rede pública de Educação e em faculdades e universidades, destacando-se pela grande habilidade com os discursos e as mobilizações que com eles suscitava. Lélia Gonzalez se engajou na luta contra o racismo e em favor dos direitos das mulheres, amplificando a voz e a luta das pretas e indígenas. Virou um ícone, reconhecida mundialmente.

Trouxe para sua formação a leitura de intelectuais negros e colocou em movimento conhecimentos de diversos campos disciplinares, com referências do Candomblé, da Antropologia, Sociologia, Política, Psicanálise, Teoria Estética e da Arte, dentre outros. Participou da criação do Movimento Negro Unificado - MNU, do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN-RJ), do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras-RJ e do Olodum-BA. Também atuou na fundação de partidos políticos e candidatou-se a deputada federal, não sendo eleita por poucos votos.

Autora dos livros Lugar de negro, publicado em 1982 (em coautoria com Carlos Hasenbalg) e Festas Populares no Brasil, lançado em 1987, Lélia construiu um potente legado teórico, com conceitos e categorias eloquentes para a compreensão e a indagação da sociedade brasileira. Lélia Gonzalez se oferece como inspiração e referência para movimentos sociais dedicados à construção de vidas justas e visíveis no Brasil. Uma mulher solar.

ILUSTRADORA CONVIDADA:

CAROL FERNANDES

 

A convite do FLI BH, a ilustradora Carol Fernandes criou as imagens que dão identidade à quinta edição do evento. Como um banho de linguagem, representado simbolicamente por um rio de águas abundantes que leva muitas histórias que circulam e se renovam, mas também por raízes que nos ligam à terra, às nossas origens e a distintas experiências e pertencimentos étnico-raciais, as ilustrações nos convidam ao deslocamento de experiências, colocando em cena os muitos movimentos e vozes, humanas e não humanas, que ecoam das criações literárias e do pensamento sobre quem somos e como vivemos.

Carol Fernandes nasceu em 1987, em Belo Horizonte, onde mora e trabalha como autora e ilustradora de livros ilustrados. Cria utilizando técnicas em aquarela, acrílica, guache e digital. Além dos trabalhos autorais, atua também em projetos literários em parceria com outros autores e editoras.

 

 

 

 

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