FIQ - 2024 - Homenegeados

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ANA LUIZA KOEHLER [RS]

Uma das homenageadas do Festival Internacional de Quadrinhos - FIQ BH 2024 é Ana Luiza Koehler, uma gaúcha que frequentemente nos brindou com sua participação no festival, inclusive como curadora nas edições de 2015 e 2018. Mestra em arquitetura e ilustradora desde 1993, ela se destaca no mercado editorial impresso e digital, dedicando-se atualmente à produção de histórias em quadrinhos e à ilustração científica no campo da arqueologia Seu trabalho cria um legado para os aficionados pelas HQs.

Entre seus trabalhos mais relevantes está a pesquisa de mestrado na PROPUR-UFRGS sobre os becos da década de 1920, que resultou na HQ "Beco do Rosário”. Ela narra a modernização de Porto Alegre nos anos de 1920 por meio da história ficcional de Vitória, uma jovem que vive na área do Beco do Rosário e sonha em ser jornalista. A obra foi reconhecida e agraciada com quatro troféus HQMix em 2021.

Mais recentemente, Ana Luiza lançou a sequência dessa história, intitulada “Viaduto", na qual retoma os personagens da HQ anterior, aprofundando-se na realidade da urbanização da capital gaúcha e registrando as questões sociais e culturais da época. Além das mudanças na paisagem da cidade, “Viaduto” dialoga sobre como essas mudanças interferiam nos desejos e nas relações entre os habitantes.

Entre os muitos dons e detalhes presentes na carreira de Ana Luiza Koehler, vale destacar os traços fluidos, as cores marcantes e aquareladas, além de uma atenção voltada para a história e o contexto social da urbanização da sua terra natal. É também importante mencionar seu poder de construir uma carreira consolidada em um mercado ainda predominantemente masculino.

Por todas essas razões, é uma grande honra tê-la como homenageada na 12ª edição do FIQ BH, reconhecendo e enaltecendo não apenas o seu talento singular, mas também a valiosa contribuição que ela oferece para o contínuo sucesso do FIQ BH e para o cenário dos quadrinhos no Brasil.

ALVES [MG]

Simplesmente Alves! Esse talentoso cartunista é um dos homenageados do Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ BH 2024, escolhido a dedo por sua trajetória repleta de prêmios e realizações.

Além de cartunista, Alves é quadrinista, ilustrador, poeta e mestre em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sendo autor de vários livros, como "A Rua de Lá" (Ed.Grafitti, 2012), "Cerrado em Quadrinhos" (Ed. Peiropólis, 2024), "Lobo-Guará & Lobeira" (Amazon, 2020) e "Material Poético" (Ed.Brasa, 2023).

Ao longo de sua carreira, Alves publicou quadrinhos, charges, ilustrações e cartuns em diversas revistas, incluindo “ZUM ZUM ZUM” (BR), Grafitti 76% (BR), MAD (BR), Cavalo de Teta (BR), Pasquim 21 (BR), Continente (BR), Courrier International (França), “Stripolis” (Sérvia) e “Papper Pen Pandemic” (Polônia).

Alves conquistou os principais salões de humor do Brasil. Foi responsável pela exposição “Cerrado em Quadrinhos” no FIQ 2015 e, em 2016, na Aliança Francesa (BH), fez sua segunda exposição individual, "Sertrangênicos & Cerrado em Quadrinhos", abordando questões socioambientais do cerrado. Além da atuação consagrada no campo das artes visuais, Alves também produziu roteiros para a Mauricio de Sousa Produções e publicou tiras, ilustrações e charges em importantes jornais brasileiros, como O Estado de Minas, Diário da Tarde, Hoje em Dia, O Tempo, Super-Notícias e Folha de S. Paulo.

Reconhecido nacional e internacionalmente, Alves é considerado um dos cartunistas mais premiados do país, acumulando mais de cinquenta prêmios em eventos como Knokke-Heist (Bélgica), Salão Carioca, FIHQ-Pernambuco, Caratinga e Volta Redonda, entre muitos outros. Também se fez presente em várias edições do nosso festival.

Alves também administra suas páginas de quadrinhos @cerrado.em.quadrinhos.oficial, @materialpoetico e @piter.gast no Instagram e no Facebook, onde os aficionados e admiradores podem se deleitar com sua técnica, criatividade e poesia. Homenageá-lo no FIQ é uma honra mais do que merecida pela grandeza do trabalho desse artista.

 

RECONSTRUIR SOBRE O QUE APAGAM:

OS ESPAÇOS REIMAGINADOS DE ANA KOEHLER E ALVES 

 

A exposição “Reconstruir sobre o que apagam - os espaços reimaginados de Ana Koehler e Alves”, com suas sobreposições de cenas e fragmentos, destaca o paradoxo daquilo que foi, mas não passou; que se apagou, mas nunca foi esquecido. A montagem propõe uma arqueologia às avessas: a ideia não é escavar para encontrar novos conhecimentos antigos, mas sobrepôr, adicionar camadas de modo a deixar claro que o presente não supera o passado, mas que o passado integra, de maneira inexorável, aquilo que chamamos de presente.

A exposição celebra a reunião de dois estilos artísticos distintos em um ambiente cuidadosamente planejado. As obras desses artistas promovem uma fusão entre o delicado espaço urbano do início do século XX presente nas criações de Ana e a vasta paisagem poética do Cerrado explorada por Alves.

Ambos os artistas abordam questões atuais com recursos modernos, mas seus olhares estão voltados para o passado, revisitando aspectos de uma época que parece ter se perdido com o progresso e as mudanças ao longo do tempo. A exposição “Reconstruir sobre o que apagam - os espaços reimaginados de Ana Koehler e Alves” destaca essa interseção entre passado e presente, natureza e cidade, através da sobreposição de cenas e fragmentos.

A montagem propõe uma abordagem arqueológica às avessas, adicionando camadas para evidenciar que o presente integra o passado de maneira inexorável. Assim, a exposição oferece aos visitantes uma experiência enriquecedora que celebra a criatividade e o talento desses artistas, além de nos convidar a refletir sobre a conexão entre nossa história, meio ambiente e uns aos outros, ao mesmo tempo em que se enriquece o cenário dos quadrinhos no Brasil e além-fronteiras.

A exposição “Reconstruir sobre o que apagam - os espaços reimaginados de Ana Koehler e Alves” tem o patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. Realização: Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Periférico, e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.

 

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