MEMÓRIA FESTIVAIS - 2024 - FAN

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O Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN BH é um evento dedicado à valorização e à difusão da arte de matriz africana, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura.. Sua proposta articula as raízes ancestrais dessa cultura com suas expressões contemporâneas, fortalecendo tanto as matrizes tradicionais africanas ainda preservadas quanto aquelas resultantes do contato com outras culturas.

Desde 1995, o FAN é um instrumento relevante para valorizar manifestações culturais diversas, impulsionando a formação de uma rede de mercado local e promovendo a inserção de artistas da cidade em diferentes circuitos culturais. Realizado bienalmente desde 2003, o festival oferece uma ampla programação cultural diversificada, marcada pela diversidade de linguagens artísticas e pela participação de artistas, grupos e pesquisadores da arte e cultura negra.

Ao longo de sua história, o FAN BH se consolidou como um fórum significativo de encontro entre artistas locais, nacionais e internacionais, proporcionando a troca de ideias, procedimentos e técnicas relacionadas à Arte Negra. O festival incentiva a continuidade dos trabalhos por meio de oficinas, apresentações artísticas e encontros informais, como o Ojá – Mercado de Trocas e Saberes. O Ojá, termo iorubá que significa "mercado", abriga diversas atividades do festival, oferecendo produtos e ofícios da cultura negra, como cortes de cabelo, penteados, cosméticos, artesanato, produtos de designers, roupas, tecidos com estamparia afro, literatura e histórias de interesse da comunidade negra.

A abordagem internacional da programação do festival contribui para a formação e intercâmbios artísticos, consolidando Belo Horizonte como um polo de eventos mundiais desse gênero. Além disso, o FAN BH desempenha um papel crucial na promoção do fortalecimento das identidades culturais e no estímulo à compreensão da origem e inserção das diversas vertentes das culturas de matrizes africanas.

SAIBA MAIS SOBRE CADA
EDIÇÃO DO FAN BH

12ª EDIÇÃO [2023]

 

A 12ª edição do FAN BH, realizada de 23 a 29 de outubro, explorou a Tríade Temporal, abraçando passado, presente e futuro. Esse conceito foi a base do festival, conectando tradições ancestrais e visões tecnológicas em prol da compreensão do presente. O Festival ofereceu uma programação gratuita com mais de 100 atrações, incluindo shows, espetáculos teatrais e de dança, sessões de cinema, oficinas, rodas de conversa, residência artística e exposições. O evento atraiu mais de 25 mil pessoas de diversas faixas etárias, apresentando grandes nomes da música negra como Chico César, Fundo de Quintal, Major RD, Virgínia Rodrigues e MV Bill. Além do palco principal no Parque Municipal Américo Renê Giannetti, o FAN ocupou espaços como o Viaduto das Artes, no Barreiro, o Cine Santa Tereza e o Teatro Raul Belém Machado, no bairro Alípio de Melo. A edição contou com a parceria do Instituto Lumiar, selecionado por chamamento público MROSC. Sete curadores de diferentes áreas garantiram uma abordagem multidisciplinar na programação: Ana Pi, Douglas Din e Glaw Nade, Cida Moura, Pai Ricardo, Wanatta Aruaná e Tatiana Carvalho. A Comissão Artística foi formada por Ana Paula Paulino e Isaura Paulino, e Vanessa Santos e Rosália Estelita Diego.

 

11ª EDIÇÃO [2021]

 

A 11ª edição do FAN BH, realizada de 4 a 12 de dezembro, abordou o tema “Muvuca de Pretuntu”, explorando as conexões culturais entre o Brasil e a África, com ênfase nas influências da cultura bantu na formação da identidade brasileira e suas relações com Minas Gerais. Com a participação de artistas como Lia de Itamaracá, Hilton Cobra, Mateus Aleluia Filho, Zola Star e Ermi Panzo, o evento contou com 327 artistas em mais de 40 atividades, incluindo atrações virtuais e presenciais, seguindo os protocolos de prevenção à COVID-19. Uma novidade foi a inclusão das Muvucas Artísticas, experiências colaborativas que uniram dezenas de artistas brasileiros e estrangeiros, resultando em espetáculos inéditos. A programação abrangeu shows, espetáculos teatrais, ações formativas, reflexivas e o OJÁ - Mercado das Culturas. Os países representados foram Angola, Brasil, Congo, Moçambique e Nigéria. A edição teve a parceria do Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC), selecionado via chamamento público MROSC. A curadoria foi de Froiid, Júlia Tizumba e Sérgio Pererê, sob a direção artística de Aline Vila Real.

 

10ª EDIÇÃO [2019]

A 10ª edição do FAN BH, realizada nos dias 18 e 24 de novembro, trouxe como eixo de reflexão o tema "Território Memória", articulado às práticas culturais e artísticas negras. Território é entendido como espaço de circulação de memórias individuais e coletivas; Memória, por sua vez, é concebida como espaço de construção de territórios atemporais. A programação reuniu obras, artistas e ativistas das culturas negras, proporcionando um olhar expandido e diversificado para focalizar as subjetividades negras e suas singularidades artísticas. A edição prestou homenagem a Maria Beatriz do Nascimento, historiadora, roteirista, professora, poeta e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres. Os países representados foram Alemanha, Gana e Senegal. A curadoria ficou a cargo de Aline Vila Real, Grazi Medrado e Rosália Diogo.

 

9ª EDIÇÃO [2017]

 

Na sua nona edição, de 15 a 22 de outubro de 2017, o FAN BH destacou o protagonismo das mulheres negras, adotando o tema central “FAN Mulher”. Neste ano, o Festival contemplou uma maioria de criadoras, artistas e debatedoras mulheres provenientes de diversas partes do país, prestando homenagem a Joaquina Maria da Conceição da Lapa, conhecida como Lapinha, a primeira cantora lírica negra brasileira. Ao completar 22 anos de existência – no terceiro ano da Década da Afrodescendência –, o FAN BH consolidou-se mais uma vez como um espaço de projeção de possibilidades e redução das desigualdades. Os países representados na programação foram Brasil, Cuba e Guiné Conacri. A curadoria foi realizada por Carlandréia Ribeiro, Karu Torres e Luciana Gomes (DJ Black Josie).

 

8ª EDIÇÃO [2015]

 

Em 2015, o FAN BH comemorou seus 20 anos em um momento icônico. A oitava edição, realizada de 25 a 29 de novembro de 2015, coincidiu com o primeiro ano da Década Internacional dos Afrodescendentes, estabelecida pela ONU de janeiro de 2015 a dezembro de 2024. Essa resolução tem o propósito de promover o respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos afrodescendentes, conforme reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sob o eixo curatorial "Encontros", o Festival consolidou suas ações na valorização e reflexão de questões estético-culturais relacionadas à presença crítico-criativa da cultura afro-brasileira no mundo contemporâneo. Os países representados foram Angola, Bélgica, Brasil, Burkina Faso, Congo, França, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, Senegal e Suíça. A curadoria foi realizada por Denilson Tourinho, Ibrahima Gaye e Rosália Diogo.

 

7ª EDIÇÃO [2013]

A sétima edição do FAN BH, sob o tema "Um Lugar no Mundo: Afro-américa", ocupou diversos espaços da cidade de 17 a 27 de outubro de 2013. A proposta teve o objetivo de  compreender os lugares do negro no mundo em suas dimensões sociais, regionais, internacionais e geopolíticas. A programação contou com a participação de artistas do Brasil, França, Gana, entre outros. A direção artística foi de Maurício Tizumba, enquanto a curadoria ficou a cargo de Antônio Sérgio Moreira, Carlandreia Ribeiro, Makota Kizandembu, Ricardo Aleixo, Rui Moreira e Sérgio Pererê.

 

6ª EDIÇÃO [2012]

 

Na sexta edição, intitulada "Territórios Móveis", e pautada pelo conceito "O Corpo, a Casa, a Rua", o FAN BH prestou homenagem ao músico Mestre Jonas e à militante Graça Sabóia, ambos falecidos em 2011. Iniciado em dezembro de 2011 e estendendo-se ao longo de 2012, o evento ocupou diversos espaços da cidade, concentrando-se na produção artística local e apresentando atrações de renome nacional e internacional. A edição contou com a representação de países como Angola, Brasil, Camarões, França, Moçambique, Peru e Senegal. A curadoria foi realizada por Celina Albano, Gil Amâncio, Ibrahima Gaye, Leda Maria Martins e Ricardo Aleixo.

 

5ª EDIÇÃO [2009]

Na quinta edição, realizada de 3 a 8 de novembro de 2009, o FAN BH, inserido no contexto do “Ano da França no Brasil”, propôs uma reflexão sobre os caminhos para o desenvolvimento de um mundo melhor através da arte e cultura. Durante sete dias, a programação contemplou espetáculos cênicos, musicais, oficinas, cinema, exposições e debates, envolvendo Belo Horizonte na atmosfera artística oriunda de países africanos e de suas diásporas. A participação de artistas, grupos, realizadores e pesquisadores destacou-se como uma iniciativa para promover a diversidade cultural. A edição contou com a presença de representantes do Brasil, Congo, Costa do Marfim, Cuba, França e Senegal. Adyr Assumpção e Rui Moreira lideraram a curadoria do evento.

 

4ª EDIÇÃO [2007]

Na quarta edição, realizada entre os dias 19 e 25 de novembro de 2007, o FAN BH focou nos países da África localizados acima da Linha do Equador e prestou homenagem aos Mestres da Capoeira e Capoeiristas. A escolha desse recorte proporcionou um panorama da diversidade de questões e proposições formuladas por artistas e grupos sociais dessa vasta região, combinando tradição e modernidade para abordar problemáticas contemporâneas. Angola, Brasil, Burundi, Canadá, Guiné Bissau, Mali, Nigéria e Senegal estiveram representados no Festival, que teve curadoria de Adyr Assumpção e Rui Moreira. As atividades foram distribuídas em vários espaços, incluindo o Centro Cultural da UFMG, Espaço Municipal, Minascentro, Funarte - Casa do Conde, Praça da Estação e Teatro Francisco Nunes.

 

3ª EDIÇÃO [2005]

 

A terceira edição do FAN BH ocorreu entre novembro de 2005 e maio de 2006. Durante o evento, diversas atividades foram dedicadas à difusão das artes produzidas na África e nas diásporas negras. Com o tema "Re: Territórios Negros", que remete às estratégias de ocupação e reconfiguração do espaço urbano pelas populações negras no passado e no presente da cidade, a edição foi estruturada em três eixos: "Reconfigurações Urbanas", "Corporalidades" e "Palavra, Imagem e Mídia". A presença marcante do hip hop na programação, com a participação de artistas locais e de projeção nacional, reverberou pela cidade. O evento abrangeu uma variedade de ações, incluindo seminários, projetos de incentivo à produção, oficinas e apresentações itinerantes nas regionais, além de residências artísticas. A programação contou com a participação de artistas do Brasil, Cuba, Estados Unidos, França e Itália. A curadoria ficou a cargo de Gil Amâncio, Ricardo Aleixo e Rui Moreira.

 

2ª EDIÇÃO [2003]

 

Realizado de 15 a 23 de novembro com o tema "Rotas do Futuro no Atlântico Negro", o FAN BH retornou ao calendário cultural da cidade oito anos após a primeira edição. No mesmo ano, o festival foi oficialmente incluído como um evento permanente, com periodicidade bienal. A segunda edição reforçou sua valiosa contribuição como difusor da arte negra no Brasil ao destacar a importância fundamental de compreender a origem e inserção das diversas vertentes das culturas de matrizes africanas. A programação contou com artistas de vários países, incluindo Brasil, Camarões, Congo, Guiné, Costa do Marfim, Estados Unidos, França, Jamaica e Senegal. As principais atrações ocorreram na Casa do Conde, enquanto outros espaços da cidade também foram palco de atividades, como o Teatro Sesiminas, Galerias e Grande Teatro do Palácio das Artes, Teatro Francisco Nunes, Teatro Alterosa, Teatro Marília, além da Avenida Afonso Pena e da Rua dos Guaicurus. A curadoria ficou a cargo de Gil Amâncio, Ricardo Aleixo e Rui Moreira.

 

1ª EDIÇÃO [1995]

A primeira edição do FAN BH, realizada de 23 de novembro a 3 de dezembro de 1995, foi parte das comemorações do tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, ícone nacional e símbolo de resistência cultural da população negra no Brasil. O evento animou a cidade, testemunhando a fascinante ocupação de ruas, praças e teatros por artistas representando diversas expressões artísticas de várias regiões da África e das diásporas negras. A programação contou com a participação de artistas do Brasil, incluindo Elza Soares, Beth Carvalho e Dona Ivone Lara, além de representantes de Burkina Faso, Colômbia, Congo, Cuba, Estados Unidos da América, Gana, Senegal, Togo e Venezuela. O evento foi idealizado por Gil Amâncio, com a comissão curadora composta por Adyr Assumpção, Djalma Correa, Gil Amâncio, Ricardo Aleixo e Sérgio Fantini, contando também com a consultoria de Rui Moreira.

 

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FESTIVAL MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE