“Pensamento do Fora, a instalação que ocupa os jardins do museu, faz referência a uma obra do filósofo francês Michel Foucault, de mesmo título, e parte da apropriação de um elemento visual do Museu para propor uma espécie de aderência da literatura ao mundo.
Marilá clonou 40 plaquinhas de sinalização dos jardins do Museu, fiéis às suas características: cor, formato, tipologia, colocação. No entanto, os dizeres proibitivos da instituição (“NÃO PISE NA GRAMA”, “PROIBIDO O TRÂNSITO DE BICICLETAS”, “PROIBIDO PESCAR”) dão lugar a citações extraídas da história da literatura e do pensamento, que de alguma forma se relacionam com um amplo espectro de noções – o tempo, a vida e a paisagem.
Neste jardim de citações ou biblioteca en plein air, as possibilidades de acesso, leitura e interpretações são múltiplas. Aqui também Marilá realiza um convite – à leitura e à composição de fragmentos dispersos no jardim num texto próprio do espectador-leitor. Uma plaquinha em particular alerta, sabiamente, que, do lado de fora do Museu, “tudo está delicadamente interconectado” (J. Holzer).”