O espetáculo 68 apresenta uma discussão a respeito de momentos fundamentais da luta contra a ditadura militar no Brasil, particularmente sobre o processo de doutrinação a que foi submetida a sociedade brasileira. Visando estimular a reflexão crítica, o espetáculo se ampara nas técnicas do realismo épico-dialético brechtiano, que se organiza por meio da relação entre o teatro e a realidade histórica.
O passado é parte do presente, e o presente é produto dialético do passado: dramatizando situações familiares, relações em ambiente escolar, e diversas outras situações cotidianas à época da ditadura, o espetáculo estabelece nítidas relações entre as pautas que permeavam o imaginário naquele período e as questões levantadas pelo senso comum na atual realidade sócio-política: os ideais regime militar, arraigados no discurso do presidente, são assimilados e repetidos por parte significativa da população, assim como aconteceu no passado.
Dramatizando episódios que marcaram a resistência àquele estado de coisas, estabelece um vínculo histórico com a atual realidade do país, em que o autoritarismo se impõe condicionando o comportamento da população e ameaçando as conquistas fundamentais da nossa democracia. Ao recontar a nossa história, 68 é um grito de alerta e um apelo à consciência!