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Flávia Oliveira e Conceição Evaristo no #Sempre Um Papo Em Casa

Descrição

A jornalista Flávia Oliveira e a escritora Conceição Evaristo são as convidadas de Afonso Borges em mais uma edição virtual do “Sempre um Papo” com transmissão ao vivo no Youtube e Facebook do Projeto. O encontro vai acontecer no dia 16 de julho, quinta-feira, às 18h, com o tema "Mídia, Cultura e Diversidade".

Esta sequência de encontros virtuais chamada de #SempreUmPapoEmCasa é patrocinada pela Cemig com recursos da Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.

No encontro, a jornalista vai abordar as várias dimensões do significado de representatividade, como palavra, conceito e a cobrança que recentemente o Movimento Negro tem feito. De acordo com ela, quando se fala que o Movimento Negro cobra representatividade, dá a sensação que uma figura, um profissional negro na frente das câmeras, comentarista, um ou outro filme de um cineasta negro dá conta da diversidade do grupo. “Isso é completamente injusto e assimétrico porque os negros são vistos com uma unidade, uma homogeinedade que não está posta para os brancos. Os brancos estão representados em toda sua diversidade. Tem branco de direita, de esquerda, machista, fascista, democrata, com vários tipos de narrativos e discursos e não são cobrados por isso. No entanto, as pessoas negras são. Elas tem que falar por todo o grupo, tem que ser solidários a quem quer que seja, só por ser negro”, reflete Flávia Oliveira. Ela cita como exemplo o ex-ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, que renunciou o cargo após cinco dias, devido a controvérsias apresentadas em seu currículo. “É bem característico disso, gente branca falando ''cadê o Movimento Negro que não defende ele?'' mas cadê ele defendendo o Movimento Negro? E nós somos diversos, alguns defendem e outros não”.

Flávia propõe que a conversa no #SempreUmPapoEmCasa traga o significado de representatividade e sobre as suas dimensões. “Porque não é só sobre ter uma âncora negra e um repórter negro. É sobre a pauta ter um sentido diferente, no caso do jornalismo. É sobre comentaristas, colunistas e articulistas serem diversos e não são. No audiovisual não é só sobre papéis negros e papéis para atores negros sem o confinamento da subalternidade que é uma regra, por exemplo, no cinema. É sobre roteiristas negros contando histórias sobre diretores negros apresentando essas histórias. Na literatura não é sobre personagens negros ou famílias e histórias negros como Jorge Amado e Aluísio Azevedo eternizaram. É sobre pessoas negras contando histórias de pessoas negras. É sobre ter personagens negros, protagonistas negros. Os estudos mostram muito isso, que a literatura é dominada por homens brancos e moradores do eixo Rio-São Paulo, que está muito concentrada essa representação e os personagens também são basicamente também homens brancos (muito mais homens que mulheres). Então, é sobre naturalizar essa presença em todas as dimensões da nossa cultura, indústria criativa, jornalismo e também vale para o executivo, o legislativo e o judiciário”.

Flávia Oliveira nasceu no Rio de Janeiro. É técnica em estatística pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) e formou-se em jornalismo no Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS) da Universidade Federal Fluminense.. Iniciou sua carreira em 1992, como repórter do Jornal do Commercio. Depois, foi para o jornal O Globo, onde trabalhou como repórter de economia de 1994 a 2000, como editora de suplementos especiais de 2001 a 2005 e passou a produzir a coluna Negócios & Cia a partir de agosto de 2006. Desde 2009, é uma das comentaristas fixas do programa Estúdio i, do canal por assinatura GloboNews, onde comenta sobre economia. Em abril de 2011, passou a ser também comentarista de finanças pessoais e economia doméstica nos programas Bom Dia Rio e RJTV, da Globo Rio. É colunista do jornal O Globo, comentarista do programa Em Pauta e Jornal das Dez desde junho de 2020, e da Rádio CBN. Recebeu diversos prêmios, entre os quais o Prêmio Esso de Jornalismo (2201), na categoria Melhor Contribuição à Imprensa, por uma série de reportagens chamada Retratos do Rio.

Conceição Evaristo

Escritora, ficcionista e ensaísta, é mestre em Literatura Brasileira, pela PUC Rio, e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua primeira publicação (1990) foi na série “Cadernos Negros”, do grupo Quilombhoje. Conta com sete livros publicados, entre eles, o vencedor do Jabuti, Olhos D’água (2015). Cinco deles foram traduzidos para o inglês, o francês, o espanhol e o árabe. Em 2018, recebeu o Prêmio do Governo de Minas Gerais pelo conjunto de sua obra; o Prêmio Nicolás Guillén de Literatura, pela Caribbean Philosophical Association; o Prêmio Mestra das Periferias, pelo Instituto Maria e João Aleixo. Escritora homenageada em diversas Feiras Literárias, a mãe de Ainá – sua especial menina – teve três de seus sete livros aprovados, em 2019, no PNLD Nacional. Também foi a escritora homenageada da “Olimpíada de Língua Portuguesa”, pelo Itaú Social. No mesmo ano, lançou, Poemas da Recordação e Outros Movimentos, em edição bilíngue (português/francês), no Salão do Livro de Paris. Ainda em 2019, foi homenageada pelo Prêmio Jabuti, como personalidade literária.

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