Mostra "Brecheret Modernista - A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade” fica em cartaz de 5 de abril a 25 de junho, no Museu Inimá de Paula.
Um dos mais renomados expoentes do universo da escultura no país, Victor Brecheret (1894 - 1955) tem seu talento exibido na capital mineira com a exposição "Brecheret Modernista - A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade", que será inaugurada em 5 de abril, no Museu Inimá de Paula (rua da Bahia, 1201, Centro), com entrada gratuita e segue até o dia 25 de junho. Na data de abertura (5/4), às 19h, haverá visita guiada pela curadora da exposição, a professora e historiadora da arte, Maria Izabel Branco Ribeiro.
A mostra é patrocinada pelo Instituto Cultural Vale via Lei Federal de Incentivo à Cultura, um projeto do Instituto Victor Brecheret, e reúne cerca de 30 esculturas e 20 desenhos originais, além de obras e reproduções assinadas por outros artistas, formando, no conjunto, um painel que permitirá ao visitante fruir a trajetória do ítalo-brasileiro em diferentes épocas e cenários, ressaltando seu viés modernista, sempre integrado às vanguardas. A exposição reserva um enfoque especial à última fase do artista, quando a referência ao universo indígena ganha destaque, resultando em obras de uma magnitude ímpar.
De acordo com a curadora, Maria Izabel Branco Ribeiro, ao ressaltar a faceta do Modernismo de Brecheret, a mostra também se propõe a reverberar, num espectro mais amplo, a preocupação de vários artistas que, no início do século XX, ansiavam por uma arte com características brasileiras, num movimento que teve seu momento mais emblemático com o advento da icônica Semana de 22. Nesse contexto, a mostra traz, de Brecheret, obras como "Sóror Dolorosa" (1919), exposta na citada efeméride, no Theatro Municipal de São Paulo. Do mesmo ano, e igualmente mostrada na Semana, exposição que ocupa o Inimá de Paula também inclui a escultura em bronze "Ídolo".
A temática indígena já aparece na obra de Brecheret no princípio da década de 1920, quando, ao compor a maquete para o Monumento às Bandeiras, decide incluir grupos de indígenas e mamelucos. Após uma temporada no exterior, Brecheret retorna para o Brasil em 1936. É nesse período que o escultor passa a realizar pesquisas mais aprofundadas sobre grupos originários do Brasil Central e da Amazônia, com o intuito de adentrar no universo de costumes, lendas e interações daquelas sociedades com a natureza."Essa linguagem que ele desenvolve se revela tão eficiente e expressiva que Brecheret passa a usá-la em outras figuras, como em um São Francisco", exemplifica Maria Izabel.
Sobre o artista
Victor Brecheret (1894-1955) foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado o introdutor da arte moderna na escultura brasileira. No ano de 1922, participou da emblemática Semana de Arte Moderna. É também o autor da obra “Monumento às Bandeiras”, localizada no Parque do Ibirapuera (capital paulista). Em 1955, expõe na 3ª Bienal Internacional de São Paulo e, em 1957, é homenageado postumamente com sala especial na 4ª Bienal.