O Centro Cultural UFMG convida para a abertura da exposição ‘Cacos e ruínas’, da artista, pesquisadora e professora da Escola de Belas Artes da UFMG Maria do Carmo Freitas, Cacau, na sexta-feira, dia 07 de outubro de 2022, às 19 horas.
A mostra reúne obras que exploram relações entre coleção e memória e poderá ser vista até o dia 15 de novembro de 2022.
A entrada é gratuita com classificação livre.
Os cacos possuem uma estranha qualidade que os tornam únicos, uma vez que não têm a mesma forma e configuração.
Pode-se pensar no caco como algo que foi uno, completo e se tornou fragmentado.
Quando colados, continuam sendo cacos e não é possível esconder essa evidência. Na maioria das vezes, à medida que os cacos de uma peça são fixados, nota-se a falta de alguma parte. Ainda que se tente disfarçar e retornar sua condição original, isso não será possível.
Os cacos remetem à memória de objetos que já foram inteiros e não são mais, e é essa ideia de incompletude que permeia todo o trabalho da artista.
Ao lidar com cacos, móveis e objetos, Maria do Carmo dedica-se a ressignificá-los, retirando-os de seu contexto original e recontextualizando-os, como explora nas mesas de jantar e nas relações tecidas em torno delas, concebidas em Cacos e ruínas.
Partindo de heranças familiares, a artista se debruça sobre a temática da memória e traz a reflexão sobre esse tema que continua presente, no entanto, através de uma abordagem complementar, que explora também a tridimensionalidade.
Sua produção artística abrange várias linguagens gráficas envolvendo processos de impressão analógicos e digitais, como a litografia, a gravura em metal, a gravura digital, vários tipos de colagens e livros de artista, pesquisando um campo ampliado da gravura.
Tem investigado os diálogos entre diferentes linguagens, como as relações entre arte e literatura, analisando interseções entre palavra e imagem, tanto na sua produção teórica quanto plástica.
Lida com arquivos da memória, principalmente fotografias do álbum de família, textos e livros que aprecia colecionar, criando um arquivo onde busca material para sua arte.
Recentemente tem trabalhado também com instalações que envolvem objetos, móveis e uma coleção de cacos de porcelanas e cristais, explorando as relações entre arte e história.