A mostra, que possui curadoria do artista visual, pesquisador e empreendedor cultural Guilherme Cunha, reúne imagens pertencentes à história recente da fotografia brasileira produzidas pelos fotógrafos João Mendes e Afonso Pimenta, que trabalham, desde a década de 1970, registrando o cotidiano dos moradores da Comunidade do Aglomerado da Serra, segunda maior favela do país localizada em Belo Horizonte.
A exposição também pode ser vista de forma remota, pelo site da Fundação Clóvis Salgado, desde setembro desse ano.
Segundo Guilherme Cunha, que realiza pesquisas em torno da história da fotografia e restauração de imagens, as fotos de João e Afonso nos revelam outras versões da história das metrópoles e das populações de favela no Brasil, contadas a partir das experiências e visões de mundo de seus próprios moradores. Em meio a gestos fotográficos que não implicam uma abordagem profissional, os fotógrafos captam diferentes realidades familiares e seus movimentos cotidianos: casamentos, nascimentos, batizados, jogos de futebol, velórios, formaturas e bailes.
A convivência e pesquisa que deu origem ao projeto Retratistas do Morro é realizada desde 2010, com levantamento dos fotógrafos tradicionais, mapeamento e estudo de seus acervos, restauração, digitalização e preservação do material fotográfico. O projeto recebeu o prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade em outubro de 2017, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo reconhecimento da importância simbólica do trabalho para o patrimônio cultural brasileiro.
O projeto também foi selecionado para o programa Rumos Itaú Cutural 2017-18; pelo Espaço Cultural Marcantônio Vilaça (2018); e publicado como editorial e capa da revista ZUM do Instituto Moreira Sales (2018).