A peça Casa Inabitada partiu da ideia de Casa Útero, um lugar que abriga paredes, que abrigam tijolos, que abrigam mulheres, que abrigam filhos. Dentro uma mãe que não sabe mais o que é parede e o que é pessoa. Uma mulher que sonha que o mar está na porta de sua casa, mas ela não consegue abrir a porta. O mar como metáfora de libertação de um mundo turbulento. Casa Inabitada se passa no centro da relação entre mãe e filha. Duas vidas que navegam na ternura e na violência. Além de um recorte íntimo da relação maternal, essa peça também problematiza a perspectiva social que enclausura a mulher ao reduzi-la às funções domésticas e ao seu útero.