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Divulgação

Mostra de Culturas Indígenas | “Jequi: Exposição Digital de Arte Pública - Esculturas”, de Aline Xavier

O Circuito Municipal de Cultura apresenta, na programação da Mostra de Culturas Indígenas, “Jequi: Exposição Digital de Arte Pública - Esculturas”, de Aline Xavier (MG). Jequi é um termo de origem indígena que designa armadilha de pesca. O projeto "Jequi" foi iniciado em 2017 como uma proposta de Aline Xavier para a Bienal de Arte Digital - FAD. A partir de acervos etnológicos, a artista selecionou armadilhas de pesca para serem digitalizadas e reconstituição fotográfica.

Estes modelos digitais resultaram em fotografias, vídeos e esculturas de grande escala, instalados temporariamente em espaços públicos. Para o Circuito, as esculturas agora foram expostas virtualmente em espaços públicos dos bairros Acaiaca, Tupis, Guarani e Vila do Índio, em Belo Horizonte, por meio de modelagem em 3D. Confira o texto curatorial:

"O projeto "Jequi" foi iniciado em 2017 como uma proposta de Aline Xavier para a Bienal de Arte Digital - FAD. A partir de acervos etnológicos, a artista selecionou armadilhas de pesca para serem digitalizadas via escaneamento 3D e reconstituição fotográfica. Estes modelos digitais resultaram em fotografias, vídeos e esculturas de grande escala, instalados temporariamente em espaços públicos.

Ao permitir a conservação e reprodução digital das armadilhas originais e sua produção em escala monumental, o projeto Jequi objetiva contribuir à valorização e preservação da cultura material indígena. Para a artista, o projeto trabalha as oposições entre memória e esquecimento e confronta oposições entre "selvagem e civilizado", ou "tradicional e tecnológico", ao propor cruzamentos e aproximações de técnicas e materiais artesanais e digitais.

Para o Circuito Municipal de Cultura, a artista realizou quatro intervenções digitais em regiões descentralizadas de Belo Horizonte: bairros Acaiaca, Tupi, Guarani e a Vila do Índio. Segundo dados disponibilizados pela Prefeitura de Belo Horizonte (2010), 320 mil habitantes da cidade estão em bairros cujos nomes possuem influência indígena, todos eles fora dos limites da Avenida do Contorno, correspondendo a 13,6% do território.

Propomos este circuito por estas quatro regiões para refletir sobre a toponímia como forma de discurso e também um exercício de poder, e também recuperando aspectos de cada localidade e a etimologia, ou significado e origem linguística de seus nomes. Os modelos tridimensionais das armadilhas Cacuri, Covo, Manzuá e Matapi foram realizados a partir de objetos originais conservados em museus ou encontrados em comunidades em que a pesca artesanal é a principal atividade de subsistência".


"Jequi" (2017- atual) | Aline Xavier
Modelagem 3D: Felipe Campolina
Assistente de arte: Rafael dos Santos Rocha
Assistente de produção: Beatriz Midlej
Fotografias e pesquisa de locação: Aline Xavier
Produção: Circuito Municipal de Cultura e 88 Arte Contemporânea
Instituições parceiras: Museu do Índio e MUSA - Museu da Amazônia


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Bairro Acaiaca - Manzuá
Intervenção digital
Inserção da armadilha de pesca Manzuá no mirante Vista do Sol, de onde se avista o Bairro Acaiaca, em Belo Horizonte.
Modelo digital feito a partir de objeto utilizado para pesca artesanal na Ilha de Itaparica, BA. 
Matéria prima: palha de dendezeiro.


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Bairro Tupi - Cacuri
Intervenção digital Inserção da armadilha de pesca Cacuri no campo de futebol do bairro Tupi Lajedo, em Belo Horizonte.
Modelo digital feito a partir de objeto etnológico da coleção do MUSA - Museu da Amazônia, Manaus (AM).
Objeto: Cacuri. Etnias: Yebansã, Tukano e Tuyuka. Matéria prima: Cipó e taquara. Técnica: Trançado torcido.
Data de entrada no Museu: 2016.


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Bairro Guarani - Matapi 
Intervenção digital Inserção da armadilha de pesca Matapi na Praça Cândido Portinari, esquina com a rua Lasar Segal, em BH. Modelo digital feito a partir de objeto utilizado para pesca artesanal em Mazagão, AP.
Matéria prima: Jupati


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Vila do Índio - Covo
Intervenção digital Inserção de armadilha de pesca Covo sobre o córrego do Chile no aglomerado da Vila do Índio, em BH.
Modelo digital feito a partir de objeto etnológico da coleção do Museu do Índio - Rio de Janeiro, RJ.
Objeto etnológico: Covo. Etnia: Baniwa. Matéria prima: Cipó titica e lascas de patauá. Técnica: Trançado torcido.
Data de entrada no Museu: 2013.