SOBRE
Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO, Belo Horizonte tem uma culinária que se destaca cada vez mais no cenário nacional e mundial. Consolidando BH como polo turístico gastronômico, a 1ª edição da Bienal da Gastronomia, a ser realizada entre 16 e 31 de outubro de 2023, reúne renomados chefs e personalidades do setor, do Brasil e de outros cinco países ibero-americanos, em uma programação gratuita e intensa de palestras, mostras culinárias, seminários e projetos especiais, que acontecem em diferentes locais da capital mineira.
As datas de abertura e de finalização da programação marcam dois momentos especiais para a gastronomia em geral e para Belo Horizonte: o Dia Mundial da Alimentação (16/10) e o período em que BH recebeu, em 2019, o título de Cidade Criativa da Gastronomia (30/10). A Bienal da Gastronomia vem reforçar também o papel da Cidade Criativa e impulsionar o cumprimento de diversos compromissos pactuados junto à Unesco, a partir da conquista do título.
A 1ª edição da Bienal de Gastronomia de Belo Horizonte chega para consolidar a capital mineira como um polo turístico gastronômico, fortalecer as relações institucionais e possibilitar o cumprimento de diversos compromissos pactuados junto à Unesco, a partir da conquista do Título de Cidade Criativa da Gastronomia. O evento é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, com parceria institucional do Sebrae-MG, Prepara Gastronomia, Check-In Minas Turismo e CDL-BH; apoio cultural e educacional do Sesc-MG e Senac-MG; parceria educacional com as faculdades Arnaldo, Estácio de Sá, Promove e Una; apoio da Frente da Gastronomia Mineira e Abrasel e hotel parceiro Novotel.
Nesta primeira edição, o evento homenageia as guardiãs da cozinha mineira: Nelsa Trombino (1938-2023), Maria Stella Libânio Christo (1917-2011) e Dona Lucinha (1932-2019).
Nascida em Cubatão, filha de imigrantes italianos, Nelsa Trombino se tornou uma renomada representante da gastronomia de Minas Gerais. Após casar e mudar-se para Lagoa da Prata (MG), dedicou-se à culinária. Durante décadas, liderou o restaurante Xapuri, na Pampulha, em BH, defendendo as tradições culinárias, como o uso do tacho de cobre. Ela é uma das matriarcas da gastronomia mineira no Brasil e no mundo. Sua trajetória incluiu aprendizado na fazenda, transmitindo segredos da cozinha mineira. Além de suas habilidades culinárias, ela também contribuiu para o desenvolvimento de Belo Horizonte. Mesmo com desafios, nunca abandonou a cozinha e promoveu a identidade mineira globalmente, viajando para diversos países e ganhando prêmios. O restaurante Xapuri é atualmente liderado por seu filho, Flávio Trombino.
Maria Stella Libânio Christo, conhecida por suas contribuições à culinária mineira, publicou "Fogão de Lenha" em 1977, fruto de visitas e pesquisas pelos ranchos e fazendas pelo interior de Minas, onde recolheu cadernos de receitas de várias famílias. Ela se destacou por pesquisar e divulgar receitas mineiras, sendo reconhecida internacionalmente após seu livro ser enviado para embaixadas brasileiras em todo o mundo. Sua jornada começou por paixão pela culinária, desmistificando a ideia de que a comida mineira era pesada e malfeita. Com o apoio do então governador de Minas Gerais, Aureliano Chaves (entre 1975 e 1978), transformou sua pesquisa em livro. Maria Stella chegou a cozinhar para figuras ilustres, como Fidel Castro (1926 - 2016).
Maria Lúcia Clementino Nunes, conhecida como Dona Lucinha, foi uma renomada chef de Minas Gerais que levou a culinária mineira para todo o Brasil e até para o exterior. Além de fundar sua rede de restaurantes de próprio nome, ela também se destacou como pesquisadora das raízes coloniais da comida de Minas Gerais, coescrevendo o livro "História da Arte da Cozinha Mineira" com sua filha Márcia Nunes. Dona Lucinha era mestra em técnicas culinárias ancestrais, dominando o fogão de barranco, o forno a lenha e truques caseiros para aprimorar os sabores dos pratos típicos mineiros. Sua influência na culinária de Minas é inegável e seu legado perdura.
As homenageadas da Bienal da Gastronomia ganharam um documentário que aborda a história pessoal de cada uma com a gastronomia e a importância delas, individualmente e em conjunto, para a culinária mineira e nacional. Três Marias foi dirigido pela jornalista Lorena Martins, a convite da Bienal.
Estas notáveis mulheres que já se foram e seguem como estrelas no céu - como a constelação Três Marias - continuam a emocionar e inspirar, deixando uma marca no desenvolvimento e no reconhecimento da rica cultura alimentar de Minas Gerais.