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DO SALÃO PARA RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS
O Bolsa Pampulha é um dos mais relevantes espaços de formação voltados a pesquisas e processos de criação no âmbito da cultura contemporânea.
Consiste numa reformulação do Salão Nacional de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, realizado desde 1969. O próprio Salão Nacional de Arte foi, naquele momento, uma atualização do Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte (SMBA-BH) ou Salão de Arte da Capital.
Da comissão inicial fizeram parte os artistas Aníbal Mattos, a belga naturalizada brasileira Jeanne Milde e João Boltshauser. A ideia era que o salão pudesse ser um lugar de conciliação que atendesse tanto os artistas modernos quanto os acadêmicos. Em 1969, após 23 edições, considerando inúmeros questionamentos em relação ao modelo tradicional do Salão, e em vista às novas formulações da arte, a direção do MAP decidiu encerrar o ciclo dos salões municipais e criar o Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte.
No começo dos anos 2000, à esteira do convite de Priscila Freire à Adriano Pedrosa para a curadoria do então Projeto Pampulha - que se dedicava às exposições anuais do museu -, foi proposto repensar o modelo de salão de arte. Ao convidarem Rodrigo Moura para juntar-se à equipe na condição de curador assistente, elaborou-se a criação do Bolsa Pampulha para o biênio 2003-2004, a partir da verba que então era destinada à premiação do Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte.
A iniciativa é também uma das primeiras residências artísticas realizadas em museus brasileiros. Mantendo sua essência como um programa à frente de seu tempo, o Bolsa Pampulha traz à população da cidade importantes pesquisas sobre a cultura contemporânea.
Uma das principais iniciativas do Museu de Arte da Pampulha (MAP), que é gerido pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte por meio da Diretoria de Museus, o programa reforça o museu como espaço de formação, pesquisa e experimentação nos campos da arte e da cultura junto à comunidade artística local e nacional, algo testemunhado ao longo de suas oito edições anteriores documentadas na série de publicações resultantes das residências artísticas.
A 9ª edição do Bolsa Pampulha, é realizada ao longo de seis meses. Além das residências e processos de criação em ateliê coletivo, diversas atividades integram o programa, como encontros, debates e bate-papos - abertas ao público em geral, de forma presencial ou virtual. Ao fim do processo, será promovida uma exposição aberta ao público, acompanhada pela publicação de catálogo, ambos com as obras dos bolsistas contemplados.
Entre as novidades da edição atual, destaca-se a ampliação do programa para o campo da curadoria no intuito de observar outras formas de pesquisa e produção que dialogam com a arte e a cultura visual.
DA RESIDÊNCIA ARTÍSTICA ENQUANTO LUGAR DE EXPERIMENTAÇÃO
Residências artísticas são um mecanismo de fomento cultural que tornaram-se populares a partir dos anos 1990. Caracterizam-se por propiciar uma imersão em um contexto específico de criação, desenvolver projetos artísticos e vivenciar o ateliê coletivo. A iniciativa costuma ser marcada pela troca de experiências, exercícios de linguagens e experimentações estéticas.
Tendo isto, o Bolsa Pampulha, no começo dos anos 2000, trouxe à cidade de Belo Horizonte a efervescência da criação de jovens pesquisadores, geralmente em início de carreira, trabalhando dentro do contexto da cidade. Hoje, o programa se expande para disciplinas diversas como arquitetura, design e arte-educação, além das artes visuais.
Para fortalecer a compreensão da cidade expandida, as residências artísticas desta edição do Bolsa Pampulha se configuram como um intercâmbio cultural em contato constante com o território ampliado de Belo Horizonte, envolvendo especialmente a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Uma equipe curatorial fica responsável pelo acompanhamento e orientação, além de contribuir ao longo dos processos de pesquisa, formação, experimentação e criação.
Com a finalidade de potencializar a carreira de residentes que estão em processo de consolidação de suas trajetórias, são aceitas inscrições de artistas, pesquisadores, coletivos ou grupos que tenham participado de até, no máximo, três exposições, mostras, plataformas, processos expositivos e publicações individuais em espaços institucionais.
NOVAS CATEGORIAS, AMPLIAÇÃO DE BOLSAS E DESCENTRALIZAÇÃO
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Museu de Arte da Pampulha
Inaugurado em 1957, o Museu de Arte da Pampulha (MAP), desde sua fundação, exerce um relevante papel na formação, desenvolvimento e consolidação do ambiente artístico e cultural da cidade de Belo Horizonte.
Seu acervo conta com importantes obras e documentos que permitem revisitar a história da arte moderna e contemporânea brasileira. O edifício-sede, projetado por Oscar Niemeyer na década de 1940, é uma referência icônica para a arquitetura moderna brasileira, e um dos mais representativos cartões postais de Belo Horizonte. Desde 2016, o Conjunto Moderno da Pampulha é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).