Certas palavras carregam simbolismos que passam de geração em geração, atravessam culturas e reverberam de diferentes maneiras. Esse é o caso da expressão “Kandandu”. Criada na língua africana Kimbundu, em Angola, a palavra remete ao “abraço” e geralmente é utilizada em passagens de ano.
Mas não é qualquer abraço, trata-se de um encontro espiritual e fraterno, que representa a humildade e o respeito pelo ser humano, pelo mundo e pela herança e sabedoria ancestral africana.
No Carnaval de Belo Horizonte, Kandandu ganha mais um significado: celebração. Durante o período oficial da folia, dez blocos ( Afoxé Bandarerê, Angola Janga, Magia Negra, Fala Tambor, Samba da Meia-Noite, Timbaleiros do Gueto, Swing Safado, Afrodum, Kizomba e Bloco Oficina Tambolelê) se reúnem no Palco da Praça da Estação, em um verdadeiro ritual de música, dança e celebração — um evento que simboliza a abertura da festa.
Em 2018, o encontro foi reconhecido pelo Ministério dos Direitos Humanos como uma das principais ações de promoção da igualdade racial do país.