Quadrilha no tablado do Arraial de Belô no Mineirinho
Foto: Rodrigo Clemente / PBH

Arraial de Belô 2025: quando tradição, turismo e desenvolvimento se encontram em Belo Horizonte

Belo Horizonte acaba de provar, mais uma vez, que sabe fazer festa com intenção e planejamento. A 46ª edição do Arraial de Belô chegou ao fim com um marco simbólico: 83 mil pessoas participaram das atividades promovidas ao longo do mês junino, com destaque para os cinco dias de programação intensa no Mineirinho, que sozinha reuniu 62 mil pessoas: um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Esse dado revela não só o potencial turístico do evento, mas também sua força como política pública bem-sucedida de valorização da tradição junina e estímulo ao desenvolvimento econômico, social e sustentável da cidade.


Arraial de Belô: tradição que movimenta turismo e economia em Belo Horizonte


Mais do que um festejo popular, o Arraial de Belô se consolida como um verdadeiro vetor de investimento. É hoje o maior festejo junino das regiões Sul e Sudeste do Brasil e já figura entre os cinco mais importantes do país. Atrai olhares não apenas de quem ama a festança, mas também de quem aposta no turismo como política de desenvolvimento. Uma aposta clara da Prefeitura de Belo Horizonte, que acredita e investe nesse modelo como estratégia de futuro.


É nesse contexto que a Belotur atua: transformando festas em política pública de impacto real. A cada edição, a Empresa Municipal de Turismo reforça o compromisso com as diretrizes ESG, investindo em infraestrutura, segurança, acessibilidade, valorização da gastronomia local e integração entre os serviços públicos. Um exemplo foi a operação deste ano: mais de 180 agentes da Guarda Municipal por dia, transporte especial, coleta seletiva, caminhões de apoio, videomonitoramento em tempo real e nenhuma ocorrência registrada no espaço interno do evento.
 

Show de Geraldo Azevedo
Foto: Rodrigo Clemente / PBH

Da Vila Gastronômica ao Cortejo: a força das quadrilhas e da comunidade


O Mineirinho se transformou em palco da tradição quadrilheira, com 45 grupos apresentando espetáculos que emocionaram arquibancadas lotadas. Do lado de fora, o público vibrou com shows de Naiara Azevedo, Geraldo Azevedo, Fafá de Belém, Mariana Aydar e muitos nomes da cena regional. O resultado dessa combinação foi registrado pela pesquisa do Observatório do Turismo: nota geral 9,2. As apresentações das quadrilhas e a sensação de segurança empataram em 9,5. Organização (9,4), gastronomia (9,3) e programação musical (9,1) também receberam ótimas avaliações.
 

E se há um lugar onde tradição e inovação se encontram, é na Vila Gastronômica. Com curadoria dos bares do Mercado Central e dos vencedores do Concurso Prato Junino, o espaço foi uma vitrine de sabores mineiros e o público respondeu com apetite: as vendas de alimentos e bebidas cresceram 21,7% em média. Os bares do Mercado registraram aumento de 22%, reforçando que o título de Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO é mais que justo: é vivido e celebrado em eventos como esse.


Mas o Arraial não pulsa apenas no Mineirinho. O Cortejo Junino, as Blitzen Juninas e o Concurso de Pratos descentralizaram a festa, fortalecendo a presença nos bairros e o envolvimento direto da comunidade. Como lembrou a presidente da Belotur, Bárbara Menucci, o sucesso só é possível com paixão e entrega dos quadrilheiros, que mantêm viva a alma da nossa festa. A criatividade, a disciplina e a alegria das quadrilhas que contagia o público e sustenta a tradição do Arraial de Belô.


E essa tradição tem se reinventado ano após ano, com qualidade e competição acirrada. No Concurso Municipal de Quadrilhas, o Grupo Especial consagrou a Quadrilha Fogo de Palha como bicampeã, com um espetáculo inspirado na história da Cinderela em versão junina, uma apresentação saída diretamente dos livros de contos de fadas. As quadrilhas Pipoca Doce, Feijão Queimado, Pé Rachado e Nossa Junina (campeã do Grupo de Acesso) também brilharam. A renovação dos grupos e o surgimento de novas narrativas mostram que a tradição quadrilheira é potência criativa e está mais viva do que nunca.

Vila Gastronômica
Foto: Gemina / Acervo Belotur


Planejamento, patrocínios e impacto: quando festa vira política pública


Por trás dessa potência, há estratégia, captação e investimento. O Arraial de Belô 2025 bateu recorde histórico em patrocínios: mais de R$2 milhões captados entre iniciativas públicas e privadas. Com aporte de R$800 mil da Caixa Econômica Federal da cota apresenta, o convênio com o Ministério do Turismo (R$1,029 milhão), além da CDL-BH e da Natura, com apoio técnico da União Junina Mineira e parceria do Mercado Central KTO. A TV Globo Minas assinou como emissora oficial. São investimentos que reforçam a credibilidade do evento e geram retorno em visibilidade, fluxo turístico, renda e projeção nacional.


E esse crescimento está refletido no perfil do público. A pesquisa mostra que 52,8% dos participantes foram ao Arraial pela primeira vez, e que a festa está chegando a novos públicos sem perder suas raízes. Embora 71,4% dos visitantes sejam de Belo Horizonte, quase 30% das pessoas que passaram pelo Arraial de Belô são turistas, com destaque para cidades da Região Metropolitana, interior de Minas e de nove estados brasileiros. Um passo importante para o fortalecimento do Arraial de Belô como atrativo turístico nacional.


No fim das contas, o que se vê é uma cidade que entende que suas tradições populares são mais do que uma memória coletiva: é uma oportunidade concreta de transformar alegria em planejamento, pertencimento em renda, festa em política pública. Quando a cidade se organiza, a festa ganha força, identidade e o Concurso Municipal de Quadrilhas se torna um cartão de visitas para o Brasil inteiro. O Arraial de Belô não é só um evento da Prefeitura de Belo Horizonte: é uma vitrine viva de um modelo de cidade que cresce com o turismo como vetor de futuro, responsabilidade e gente que acredita no que faz.