Noturno Museus - 2022 - Museus

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  • 16° Salão do Turismo ABAV/MG 2023
    16° Salão do Turismo ABAV/MG 2023
    16° Salão do Turismo ABAV/MG 2023

    Após quinze edições de sucesso em Belo Horizonte, o Salão do Turismo da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais - ABAV/MG se consolida como o principal evento turístico da capital mineira.

    O último Salão, promovido em março de 2021 foi um grande sucesso e teve como objetivo fomentar o setor do turismo após o grande transtorno deixado pela COVID-19.

    Com o objetivo de manter a qualidade e funcionalidade do evento, a ABAV/MG mantém as parcerias, realizando nos dias 17 de março de 2023 das 9h às 19h e 18 de março, das 9h às 13h, a 16ª edição do Salão do Turismo ABAV/MG será elaborada no Dayrell Hotel & Centro de Convenções.
     

  • 17ª Cinebh - BH International Film Festival
    17ª Cinebh - BH International Film Festival
    17ª CineBH - BH International Film Festival

    A Mostra CineBH nasceu em 2007 no bairro de Santa Tereza, um dos mais tradicionais redutos culturais da capital mineira, e foi responsável pela reabertura do Cine Santa Tereza, cinema de bairro fundado em 1944 e desativado desde 1980. Na ocasião, a Universo Produção instalou “uma operação” em tempo recorde de reconstrução do espaço físico do cinema, entreaberto provisoriamente para ser sede do evento (2007-2011) – um legado cinematográfico que motivou novas iniciativas e diálogos na comunidade, em Belo Horizonte e em Minas Gerais.

    Nestes 16 anos de percurso, o evento de cinema da capital mineira percorreu caminhos diversos, ocupou espaços e equipamentos culturais de forma inovadora e com vanguarda. Foi o primeiro evento de gestão independente a ocupar o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, a instalar um cinema na praça no bairro Santa Tereza, a estabelecer parcerias com coletivos de produção audiovisual, a dar visibilidade para a produção independente realizada por amadores e comunidades da Grande BH, a olhar para dentro da cidade e lançar luz para as inúmeras facetas que se revelam em memórias, histórias e imagens que o fazem singular e contemporâneo.

    Em 2023, a Mostra CineBH  ocupa 8 espaços da capital mineira, de 26 de setembro a 1o de outubro – Fundação Clovis Salgado, Casa da Mostra, Cine Santa Tereza, Sesc Palladium, Cine Theatro Brasil Vallourec, Teatro Sesiminas, Salas de Cinema Minas Tênis Clube e Praça da Liberdade. São seis dias de programação intensa, abrangente e gratuita para todas as idades e públicos. Uma temporada audiovisual de formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro em intercâmbio com outros países, em conexão com as outras artes e em diálogo com a cidade de Belo Horizonte. Um espaço de formação, intercâmbio, lançamento e discussão da mais significativa produção cinematográfica atual. Um espaço de perspectivas e possibilidades do cinema do presente e do futuro.

    A 17a Mostra CineBH reúne uma seleção de mais de 90 filmes nacionais e internacionais, em pré-estreias e mostras temáticas. Coloca profissionais do audiovisual, da cultura e convidados no centro de mais de 20 debates, rodas de conversa, sessões comentadas. Investe na formação e capacitação de profissionais com a oferta de 10 modalidades de cursos – oficinas, laboratórios de roteiros, workshops e masterclasses internacionais. Realiza sessões cine-escola, Mostrinha de Cinema, exposição e atrações artísticas.

    Integra também a programação o Brasil CineMundi – 14th International Coproduction Meeting, o evento de mercado do cinema brasileiro consolidado como um dos principais empreendimentos da indústria audiovisual e que oferece ambiente de mercado e plataforma de rede de contatos e negócios para o cinema brasileiro. O evento faz a conexão entre a produção brasileira e a indústria audiovisual.

     

  • 17ª Coluna Literária - Literatura na Ponta dos Dedos
    Apresentação

    Faz sentido pensar em uma literatura acessível para adultos? Ou uma literatura acessível para crianças? Talvez para uma pessoa cega, ou uma pessoa surda, ou ainda uma pessoa com uma deficiência intelectual? Em qual perspectiva podemos e devemos pensar em uma literatura inclusiva, que promova os direitos das pessoas à cultura, através dos livros?

    Todos nós sabemos da importância que um livro tem para o acesso ao conhecimento, para a ampliação de horizontes, para a formação de um espírito mais crítico. Todavia, o acesso aos livros no nosso país ainda é restrito para muitas pessoas, por diversas razões. E para que eles cheguem até às pessoas com deficiência, mais barreiras são encontradas. 

    A produção de livros em formatos acessíveis ainda é incipiente no Brasil, se comparado a outros países, e de um modo geral, eles são divididos por tipos de deficiências. Carla Mauch, pedagoga e coordenadora da “Mais Diferenças” acredita que “o livro acessível é para todas as pessoas, com ou sem deficiência”, seguindo a perspectiva do Desenho Universal.

    O Desenho Universal é um conceito criado pelo arquiteto americano, cadeirante, Ron Mace, em 1985, direcionado para a acessibilidade física, e seus sete princípios, que podem ser utilizados em outras áreas, preveem um espaço que possa ser usado por todas as pessoas. Ele inclui quem historicamente foi excluído e melhora a experiência de todos.

    Esta é a palavra, “todos”, com todas as suas diferenças. O benefício de um é o benefício de todos, em experiências mistas e compartilhadas, que além de promover o acesso a bens culturais, promova ainda o necessário e saudável contato com a diversidade, em todas as suas formas.

    Refletindo sobre essas questões, esta edição da coluna traz a resenha de “O Livro dos nomes perdidos”, de Kristin Harmel e aborda a experiência de leitura em audiolivro. Apresenta também a resenha do clássico “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, com destaque para a prática de leitura em braile. Destaca ainda o perfil literário de Padre Ricardo Água que escreve suas obras no computador para, depois, serem transcritas para o braile. Ou seja, pensar a literatura numa perspectiva inclusiva inclui várias possibilidades que, certamente, não se esgotam nas experiências aqui apresentadas. Eis um convite para explorá-las e, também, conhecer o acervo acessível da rede de bibliotecas públicas da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.


    Cássio Campos - Coordenador da Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design 
    Para conhecer mais, acesse: 
    fundacaodorina.org.br e maisdiferencas.org.br
     

    Resenha - O livro dos nomes perdidos, Kristin Harmel

    Foto Kátia Mourão: Rodrigo TeixeiraO livro é o suporte com o qual interagimos nos primeiros anos de nossas vidas, no meu caso foi de suma importância para a minha inserção no universo do saber. Ao me tornar uma pessoa com deficiência visual aos 25 anos, busquei as possibilidades de reabilitação, como também a minha permanência no contexto literário e segui como ávida leitora. 

    Uma das histórias que me marcou foi o “O Livro dos Nomes Perdidos”, publicado pela editora Melhoramentos. A autora, Kristin Harmel, jornalista e apresentadora de séries para a TV, vive atualmente na Flórida. O livro é baseado na história de falsários que auxiliavam judeus a escaparem da perseguição dos nazistas. Neste romance, a autora apresenta uma personagem sensível e que aos poucos se torna determinada na ação de retirar as crianças judias da Alemanha. A ideia é não permitir o desaparecimento dos nomes verdadeiros dessas crianças. Assim, milhares delas foram salvas.

    A narrativa nos convida a uma reflexão sobre os acontecimentos históricos, sem perder a intensidade de uma leitura que emociona. Através de um código criado com um amigo, fazendo uso de uma bíblia, a protagonista guardava os nomes das crianças que recebiam novas identidades falsificadas. Assim seus nomes verdadeiros não desapareciam. O enredo é um exemplo de coragem e ousadia.

    Os livros em braile foram extremamente necessários, entretanto, os digitais vieram para ocupar espaço importante na criação do hábito da audição ativa. Esse processo não demorou e logo eu já consumia o suporte literário digital com tranquilidade. Hoje, leio ou ouço livros em vários lugares e por meio de ferramentas com esse fim. Considero a promoção e o acesso aos livros digitais para adultos e, em algumas situações para crianças, uma ação inclusiva, principalmente quando vêm acompanhados de atitude cidadã e com força horizontalizada em todas as políticas públicas desse país.

    Kátia Mourão
    Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte - Pedagoga

    Resenha - Tieta do agreste, Jorge Amado

    Foto Carlito de Sá - Acervo pessoalTieta do Agreste, romance de Jorge Amado, publicado pela editora Record, tem como pano de fundo a fictícia cidade baiana de Santana do Agreste, uma pequena cidade litorânea e paradisíaca. Uma obra que se mantém atual, dialogando com a realidade individual e social dos dias de hoje, ainda que tenha sido publicada em 1977. Tieta, apelido de Antonieta, é uma filha pródiga que retorna ao lar muito rica após vinte anos. Havia sido expulsa pelo pai ainda adolescente, por levar uma vida de liberdade extrema, inconcebível para os valores locais. No momento do retorno, a família acredita que ela é viúva de uma autoridade paulista muito rica, mas sua vida na grande metrópole é bem diferente, como remediada cafetina. 

    No período de ausência, Tieta ajuda a família, enviando-lhe fielmente consideráveis quantias. Além da tensão inicial criada pelo segredo que envolve o ofício da protagonista, e de sua acompanhante Leonora, companheira de profissão, apresentada a todos como enteada, o romance é recheado de personagens locais e suas histórias, utilizadas não apenas para transmitirem todo o colorido da vida provinciana baiana, mas para o autor tecer  críticas sociais, o que é feito com naturalidade e perícia, de forma leve, mordaz e brincalhona.  Assim, por exemplo, temos Perpétua, irmã de Tieta responsável por sua expulsão no passado, ao denunciá-la ao pai. Perpétua é beata fervorosa, ardorosa defensora  dos valores espirituais, e ao mesmo tempo extremamente apegada a bens materiais, ambicionando a riqueza da irmã, adulando-a e estimulando os filhos, Ricardo e Peto, a fazerem o mesmo para “caírem nas graças” da tia e serem contemplados com generoso quinhão de sua herança. Ricardo, filho de Perpétua, é seminarista e grande orgulho da mãe. Em seus dezessete anos é iniciado pela tia nos mistérios do desejo. 

    O livro conta com muitos personagens marcantes, mas não podemos  deixar de citar Carmosina, funcionária dos Correios, leitora voraz e grande conhecedora da vida das principais personalidades da cidade, e Ascânio, dedicado servidor da prefeitura, fazendo as vezes de prefeito. Ascânio e Leonora se apaixonam logo no início da trama. Preocupado com o progresso da cidade e em conquistar prestígio junto à amada, que julga rica, Ascânio decide formalizar sua atuação junto à prefeitura, lançando sua candidatura a Prefeito, contando com apoio do poderoso coronel local, de quem é afilhado. Paralelamente, acaba envolvendo-se com uma companhia estrangeira produtora de dióxido de titânio, cuja instalação no município considera positiva para o crescimento local.

    Ao longo da obra, avulta-se o tema ambiental da produção de dióxido de titânio, que divide opiniões e acirra disputas. De um lado, há os preocupados com o progresso da cidade e em lucrar com esse crescimento e, de outro, aqueles que se preocupam com o meio ambiente afetado pela instalação da empresa, com a poluição de mares e rios e a destruição da vida aquática em suas imediações.

    Em muitos momentos ao longo da obra, o narrador dirige-se ao leitor, antecipando críticas, defendendo-se ou justificando certas escolhas.

    A obra encontra-se disponível em áudio e em braile no setor Braille da Biblioteca Estadual. Minha opção foi pela leitura em braile, que me possibilita um maior mergulho no texto, um contato mais profundo com a estrutura da obra e maior intimidade com a respiração e a pulsação do conteúdo absorvido.

    Carlito de Sá
    Leitor da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa

     

    Perfil literário - Descobrindo-se escritor

    Foto Pe. Ricardo: Viviane RodriguesA trajetória do Padre Ricardo Água nas sendas da escrita veio por acaso. Embora tenha descoberto cedo que gostava de escrever, à medida que lia, a vontade de criar suas próprias narrativas foi crescendo. Sempre leu muito. Contudo, a vontade de escrever foi aumentando à medida que ele escrevia textos para a escola. 

    Padre Ricardo Água declara com orgulho que todos os seus livros representam bem suas ideias e opiniões. Busca envolvê-las com um humor característico, embora mantenha a seriedade nas reflexões. Suas obras se dividem entre contos, crônicas, teatro e infantis. Em suas próprias palavras, seus livros “objetivam despertar nos leitores a conscientização da importância da conduta ética nas relações interpessoais, na administração pública, na vida política, na preservação ambiental, bem como o respeito a outras denominações religiosas e ao poder e a misericórdia de Deus”.

    Ao ser perguntado sobre as dificuldades em publicar no Brasil, Padre Ricardo comenta situações como golpes sofridos por pessoas que se passaram por editores. Tais situações o levaram a acompanhar todo o processo de publicação, desde a escrita, a revisão e o envio para a gráfica. A distribuição dos exemplares e sua venda ficam a cargo dele mesmo. 

    Seu primeiro livro, “Humor amargo”, foi escrito direto em braile. Porém, por questões de facilidade tecnológica, decidiu passar a escrever diretamente no computador. 

    Com o objetivo de garantir a acessibilidade aos seus textos, Padre Ricardo Água enviou cada um deles ao setor Braille da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais. Porém, a transcrição ainda não ocorreu. Atualmente, os livros podem ser adquiridos somente em tinta e diretamente com ele.

    As obras podem ser conhecidas em seu canal no Youtube: Padre Ricardo Água.

    Samuel Medina - Técnico da 
    Gerência de Bibliotecas Promoção da Leitura e da Escrita


    Para visitar as Bibliotecas da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte e pesquisar seu acervo, acesse informações o site: pbh.gov.br/reaberturabibliotecas