CIRCUITO LITERÁRIO DE BELO HORIZONTE
O Circuito Literário de Belo Horizonte se fortalece com a instalação das esculturas dos escritores Henriqueta Lisboa, Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Roberto Drummond e Murilo Rubião, inteiramente recuperadas. Com a entrega das esculturas, confeccionadas em bronze e em tamanho real pelo artista Léo Santana, a Prefeitura de Belo Horizonte consolida o Circuito Literário com a criação de roteiros de visitação, além do fomento à vocação literária da cidade e à preservação e promoção do nosso patrimônio cultural.
As esculturas estão sendo reinstaladas com sinalização interpretativa e conteúdo publicado em plataforma digital. Por meio de QR Codes os visitantes poderão interagir com as esculturas e acessar os conteúdos educativos em português e inglês. Essa iniciativa contribui para a promoção da cultura e do patrimônio histórico, fortalece a identidade e o sentimento de pertencimento da população, além de incentivar a caminhada e a descoberta de novos espaços através de um roteiro gamificado. A Belotur é a responsável pela criação dos roteiros literários para essa experiência cultural e a Secretaria Municipal de Segurança Pública e a Guarda Municipal estão cooperando para reforçar a segurança desse importante patrimônio da cidade. Todo o processo de recuperação das esculturas e as ações educativas contam com investimentos de cerca de R$ 200 mil por parte da Prefeitura de Belo Horizonte.
O escultor Léo Santana e a empresa Base Projetos, desenvolveram um amplo planejamento que envolveu a remoção, recuperação e instalação das obras. As cinco esculturas passaram por minucioso e especializado processo de reparação, que demandou trabalho altamente especializado e detalhista. Ao todo, cerca de 11 profissionais entre soldador, moldador, acabador, oxidadora, fundidor e escultor participaram do processo de recuperação das obras.
Henriqueta Lisboa, Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Roberto Drummond e Murilo Rubião, que já fazem parte da paisagem urbana de Belo Horizonte, voltam agora ao nosso convívio para ocupar definitivamente os seus locais de origem. O que se espera é que eles sejam devidamente reconhecidos, respeitados e protegidos por todos nós!
Todo patrimônio público é seu, é meu, é nosso.
Cuide! Valorize! Respeite!
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – (1902-1987)
Um dos principais nomes da poesia brasileira no séc. XX, Carlos Drummond de Andrade pertenceu à Segunda Geração do Modernismo brasileiro, sendo também cronista, contista, ensaísta e tradutor. Sua extensa obra pode ser dividida em fases, passando por vários gêneros literários, marcada pela diversidade na composição poética, contemplando temas ligados à condição de ser humano, questões sociais e o cotidiano. Nasceu em Itabira (MG) em 1902 e mudou-se com a família para a capital mineira em 1920. Em Belo Horizonte, formou-se em farmácia, mas nunca exerceu a profissão. Trabalhou em diversas redações de veículos como o Diário de Minas, em que publicou seus primeiros trabalhos literários, e colaborou com o Correio da Manhã e Jornal do Brasil, além de atuar no serviço público. Em 1925, fundou A Revista, marco do modernismo mineiro, ao lado de Martins de Almeida, Emílio Moura e Gregoriano Canedo. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1934, onde viveu até sua morte, em 1987.
HENRIQUETA LISBOA – (1901-1985)
Poeta, tradutora, ensaísta e professora de literatura Hispano-americana e brasileira e de literatura geral. Nasceu em Lambari (MG), em 15 de julho de 1901. Sua extensa produção é composta por ensaios literários, traduções, organização de antologias de poesias. Sua poesia tornou-se conhecida no exterior, sendo traduzida em várias línguas, como o francês, inglês, italiano, espanhol, alemão e latim. Colaborou com várias revistas e recebeu inúmeros prêmios literários. Em 1963, foi a primeira mulher a ser eleita integrante da Academia Mineira de Letras. Morreu em Belo Horizonte, em 1985.
MURILO RUBIÃO – (1916-1991)
Advogado, funcionário público e jornalista, se tornou conhecido como contista, sendo considerado pela crítica literária brasileira e internacional o precursor do realismo fantástico (ou mágico) latino-americano. Nasceu em Silvestre Ferraz, atual Carmo de Minas (MG) no dia 1º de junho de 1916. Como jornalista, criou em 1966 o Suplemento Literário do Diário Oficial Minas Gerais. Escreveu para a Folha de Minas, dirigiu a rádio Inconfidência, foi oficial de gabinete do governador Juscelino Kubitschek e chefe do Escritório de Propaganda e Expansão Comercial do Brasil na cidade de Madri, na Espanha. Morreu em Belo Horizonte, no dia 16 de setembro de 1991.
PEDRO NAVA – (1903 -1984)
Médico, escritor, poeta e memorialista brasileiro. Nasceu no dia 5 de junho de 1903, em Juiz de Fora (MG), e formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, em 1927. Ainda na década de 1920, tornou-se amigo de modernistas como Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Colaborou para publicações como A Revista, organizada por modernistas mineiros. Clínico de renome, professor e membro de várias associações médicas brasileiras e estrangeiras, obteve reconhecimento literário a partir de 1972, com o início da publicação de suas memórias, pelas quais recebeu diversos prêmios. Suicidou-se no Rio de Janeiro, em 1984.
ROBERTO DRUMMOND – (1933-2002)
Romancista, jornalista e cronista brasileiro. Nasceu em Santana dos Ferros (MG), em 21 de dezembro de 1939. Iniciou sua incursão pela literatura ainda jovem, escrevendo contos e radionovelas com apenas 13 anos de idade. Como jornalista atuou em veículos como Folha de Minas, Última Hora, Estado de Minas e Jornal do Brasil. Foi torcedor fanático do Atlético Mineiro. Morreu em 21 de junho de 2002, em Belo Horizonte.
LÉO SANTANA – Escultor
Até chegar ao seu momento atual como artista, Leo Santana experimentou, amassou, esculpiu e amaciou lápis, pincéis, tinta, cimento, argila, bronze e mármore. Sua formação acadêmica – Publicidade e Desenho Industrial – deixou como marca um rigor no apuro das linhas e uma visão tridimensional dos espaços.
Desafiado a perenizar personagens e memórias brasileiras, conseguiu imprimir nas figuras que criou uma proximidade rara entre pessoas e estátuas. Estão ao nível do mar e da calçada e podem ser tocadas sem receios. Todas essas figuras, sem exceção, têm sido merecedoras de admiração e afeto. A maioria delas, mais do que monumentos públicos, são hoje patrimônios culturais mineiros e brasileiros.
Sua obra mais famosa, “Drummond no Calçadão” – escultura em bronze, instalada na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, uma homenagem do povo carioca ao centenário do poeta Carlos Drummond de Andrade, já é o segundo monumento público mais visitado da cidade, perdendo apenas para o Cristo Redentor.