O Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) apresenta o espetáculo de formatura do Curso Técnico de Dança, intitulado “Dos filhos deste solo”. Sob a direção coreográfica dos professores Patrícia Werneck e Rodrigo Gièse, a apresentação ocorrerá no dia 25 de junho, terça-feira, às 19h, no Teatro Feluma. A entrada é gratuita, e “Dos filhos deste solo” é o resultado do trabalho de conclusão da turma de formandos do 3º Ano Técnico do Curso de Dança.
O espetáculo é fruto de um intenso processo de pesquisa coreográfica que envolve criação de textos, exploração de movimento, voz e texturas sonoras. Os intérpretes-criadores Ana Zolini, Duda Saturnino, Késia Noemy, Lucas Mendes, Lucy Teles, Luiz Marques, Marina Machado, Meryellen, Pedro Demétrio, Sanielle Leal, Tamires Dantas e Vitória Oliveira trazem ao palco uma reflexão sobre os aspectos simbólicos e vividos da existência dos corpos na sociedade brasileira contemporânea.
Sobre o espetáculo:
“Dos filhos deste solo” surgiu a partir das sugestões e vivências da turma, que é composta por doze integrantes, de 18 a 26 anos. “Durante o processo, os alunos vieram com imagens de cenas, falavam de calor e frescor, de cores, brasilidades e críticas. Eles queriam incluir coisas que tivessem a ver com o povo, além de não ficar preso a nenhum tipo de música específica. A ideia era fazer um espetáculo de abordagem contemporânea, mas que pudesse ter várias possibilidades de danças e ainda falar um pouco da vivência de cada um nesses três anos do curso”, explica a professora Patrícia Werneck. Ela, que foi a responsável pela direção coreográfica juntamente com Rodrigo Gièse, conta que, na medida em que o processo de elaboração do espetáculo foi caminhando, o que apareceu e ficou muito forte foram críticas ao Brasil. “Os alunos falaram que queriam fazer uma crítica. Eu falei ‘tá, qual crítica cada um de vocês tem?’. Então eles trouxeram a primeira versão em forma de texto e aí esse texto foi virando corpo, foi virando movimento”, conta.
O espetáculo tem um caráter coletivo muito forte, apesar de ter também momentos de solo pequenos e mais individuais. Na maior parte do tempo, a turma está junta. “Estamos transitando por essas questões da crítica e de qual o mundo que eu quero. A gente fala do Brasil, mas algumas coisas que o espetáculo traz são gerais”, conta a professora Patrícia Werneck. Para ela, o maior desafio foi dar início à elaboração da apresentação, diante dessa amplitude de desejos dos alunos. “Eram muitas coisas, porque eles compilaram, de fato, os desejos dos doze. A gente tinha um desafio que era começar e ver o que vem. Em muitos momentos, eu e o Rodrigo falávamos ‘nossa, eles estão falando de festa, mas estão trazendo uma coisa mais pesada’. Isso mais lá para trás. Depois chegamos num ponto em que a gente transita pelo delicado. Tem uma cena, inclusive, que se chama Delicada, e tem outras coisas que são mais de protesto, de indignação”, adianta.