No dia 21 de dezembro, Ricardo Righi apresenta ao público seu mais novo romance, Paris Caraíva, em um evento intimista na Livraria Quixote, em Belo Horizonte, às 14h. A data, carregada de simbolismos – solstício de verão e aniversário de 50 anos do autor –, marca o lançamento de uma obra que nasceu de transformações profundas vividas por Righi nos últimos anos, culminando em um trabalho que funde ficção, memória e arte.
O ponto de partida para o livro foi o período em que o autor, confinado em Paris durante a pandemia, enfrentou o adoecimento pela COVID-19 e suas sequelas cognitivas. A experiência pessoal transformou-se em literatura ao dar lugar a um narrador que carrega o nome do autor, mas que se movimenta entre o real e o imaginado. Paris Caraíva, publicado pela Editora e-galaxia, pode ser classificado como autoficção, mas vai além: é uma narrativa fabulada que reflete sobre a perda da memória, o sentido da arte e a conexão com as raízes familiares.
A obra explora múltiplas formas de arte – da fotografia à literatura, passando pela música e pelas artes plásticas. Um dos momentos de maior densidade emocional é a ligação do narrador com a ancestralidade, representada pelo retrato de seu avô, pintado por Alberto da Veiga Guignard. Esse elemento não apenas evoca a memória, mas também dialoga com questões mais amplas, como identidade e legado. Para Ricardo Righi, a Livraria Quixote, local escolhido para o lançamento, carrega um valor especial. Além de ser um espaço marcante na cena cultural de Belo Horizonte, um de seus proprietários, Alencar Perdigão, figura como personagem do romance.
A Quixote também foi responsável pela publicação do primeiro livro de Righi, Poeirópolis, em 2018, quando o autor iniciou oficialmente sua trajetória literária após retornar à capital mineira, depois de 15 anos fora. Formado em Direito pela UFMG e mestre pela Universidade de Paris 1 – Panthéon Sorbonne, Righi concilia a rotina de procurador do Estado de Minas Gerais com o ofício da escrita. Embora o trabalho cotidiano limite os momentos dedicados à literatura, ele encontrou nos finais de semana e nas férias a disciplina necessária para desenvolver Paris Caraíva ao longo de seis anos.
O lançamento será um convite à troca de experiências em um ambiente acolhedor, onde a literatura, as artes e as memórias pessoais se entrelaçam. Para o autor, a escolha de uma data movimentada como a que antecede o Natal não foi um obstáculo, mas uma oportunidade de celebrar marcos importantes de sua trajetória com os leitores e a cidade que tanto inspirou sua produção artística.