A mostra Sanagê Pele e Osso ocupa o Complexo Cultural Funarte MG entre os dias 14 de novembro e 10 de dezembro . De segunda a sexta, de 11h às 18h e nos sábados, de 13h às 18h, o artista, nascido no Rio de Janeiro e residente em Brasília, convida o público a uma imersão estética e sensorial na questão racial e suas consequências na sociedade contemporânea brasileira. Com curadoria de Carlos Silva, a mostra é resultado de mais de quatro anos de pesquisas de materiais e texturas e tem entrada franca.
Inicialmente, a linguagem é direta, pois cada uma das telas e o objeto escultórico se referem a alguns dos países africanos de onde saíram e por onde passaram homens, mulheres e crianças capturados e vendidos como escravos para trabalhar em fazendas e minas no Brasil.
Sanagê pesquisa a espuma expandida, material muito utilizado na construção civil para assentar portais e batentes. Usado de forma bruta, cria volumes e texturas. Num primeiro momento, há o encantamento com a matéria e suas possibilidades. Este é um dado fundamental para a construção da sua obra, pois é sobre a espuma expandida que se projeta seu exercício de produção contemporânea em arte.
Sanagê assemelhou o material à textura e cor de peles, ossos, fissuras e ligamentos. Foi a partir dessa experimentação que o artista se aproximou de um tema que lhe é muito próximo: A diáspora africana e suas consequências.
O material se mostrou muito interessante para pensar estruturas invisíveis de um ponto de vista externo. Os mapas são regiões de circunscrições de uma experiência, a pensar a questão geográfica como uma condição imaginária, em direção a uma projeção fantasiosa. Nesse lugar da experimentação, se alcança a conjunção favorável de um trabalho com pé na pintura e um desdobramento imediato em relevo e escultura.
As estruturas de espuma são rasgadas, serradas, quebradas e coladas entre elas e sobre a tela.