Acontece no dia 21 de novembro, quinta-feira, às 19h, no Complexo Cultural Funarte MG, o lançamento do livro “Histórias de Fininha, minha mãe”, seguido de bate-papo com a autora Cida Pereira e Luci F.
Pereira (convidada), pocket show de Sérgio Pererê (com participação especial de Bruno Oliveira), venda de livros e sessão de autógrafos.
Histórias de Fininha, minha mãe mescla ficção e realidade, pois baseia- se na vida de dona Fininha, benzedeira, ganhadora do prêmio Mestre da Cultura Popular da cidade de Belo Horizonte, no ano de 2013, categoria benzedeira.
O texto mostra as condições precárias vividas por uma família preta numa cidade do interior do estado de Minas Gerais, cujo nome é omitido, ao longo da narrativa, com a finalidade de levar o leitor a identificar-se fatos contados pelo ancestral, avó, avô, tio, tia, pai, mãe.
A história passa-se numa cidadezinha qualquer em meados das décadas de 1940 e 1950.
Todas as personagens trabalham, não há distinção entre as funções de um adulto e de uma criança quando o assunto é a luta pela sobrevivência. Embora a mãe de Fininha fosse movida pela fé e devoção, ela não aceitava a aptidão da filha para o benzimento e os caminhos da cura, portanto submetia-a a duros castigos.
A linguagem oral está presente na fala das personagens, assim como a cultura popular com suas rezas, crenças, danças, culinária e medicinas alternativas.
Os fatos são narrados com muita sensibilidade, levando o/a leitor/a a mergulhar no mundo das sensações vividas pelas personagens. Fininha é uma criança esperta, curiosa, preocupada com o bem-estar de todas as pessoas que a cercam, porém não tem tempo de viver a infância, pois trabalha desde cedo para contribuir com o sustento da casa.
A luta pela sobrevivência faz com que a família vá se separando, devido à partida dos filhos em busca de oportunidades na capital. Os fatos narrados por dona Fininha foram contextualizados e ambientados, assim foi criado um narrador para contar as situações vividas pela família, logo, todos os ancestrais tornaram-se personagens.
O livro leva a uma reflexão sobre ancestralidade e memória que devem ser lembradas e discutidas, com toda reverência, para além do reduto familiar.
Este projeto foi contemplado no edital Funarte Aberta MG.