ELA, eu, a coisa que nasce no lugar indevido. A célula que atira, cresce e mata. Ela: o páthos, a patologia, a morte. ELA, a curva que se desvia da norma. ELA travessia. ELA, sempre ELA. Aquilo que não pode ser a única certeza da vida. ELA, que fica depois da partida. ELA que não mente, e se faz presente em cada movimento, experimentando o trânsito de nomear presença e ausência. ELA desobedece o que lhe foi dado no nascimento para ser imorredoura de todas nós.
A pandemia escancarou a realidade de que há uma gestão entre as vidas que merecem ser cuidadas ou não. Essa política de morte, ou necropolítica, foi um dos pontos de partida para a artista Vina Amorim criar o espetáculo de dança e performance ELA.