Oficina Restaurante Popular Chef Carol Dini
Foto: Mateus Meireles / Acervo Belotur

Turismo, Gastronomia e Transformação Social: a força da Bienal da Gastronomia em Belo Horizonte

Nem sempre o turismo é lembrado como ferramenta de transformação social. Muitas vezes ele é visto apenas como sinônimo de lazer, movimentação econômica ou atração de visitantes. Mas, em Belo Horizonte, a 2ª Bienal da Gastronomia mostra que esse caminho pode ser muito mais profundo: é quando a culinária encontra as pessoas, conecta territórios e valoriza histórias que fazem parte da vida da cidade. O evento deixa claro que investir em gastronomia é também investir em identidade, pertencimento e desenvolvimento coletivo, um movimento que BH tem transformado em realidade.

Gastronomia como política pública

Um exemplo marcante aconteceu neste mês, quando a chef Carol Dini esteve no Cresan Lagoinha para ministrar uma oficina com os cozinheiros dos Restaurantes Populares da cidade. Não foi apenas uma aula sobre fermentação ou técnicas de conservação de alimentos. Foi um encontro de saberes, de reconhecimento e de valorização de profissionais que estão todos os dias na linha de frente da alimentação popular em BH.

Oficina  Restaurantes Populares com a chef Carol Dini
Foto: Mateus Meireles / Acervo Belotur

 

Esse tipo de ação mostra como a gastronomia, quando tratada como política pública, vai além da mesa: ela conecta territórios, fortalece identidades e amplia oportunidades. A Bienal da Gastronomia nasce exatamente com esse propósito — trazer para o centro da discussão a cozinha que alimenta, que gera pertencimento e que faz da nossa cidade um exemplo vivo de hospitalidade.

A força da Cidade Criativa da Gastronomia

O título de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Unesco, não é apenas um selo de prestígio internacional: é um reflexo do que já acontece em Belo Horizonte há décadas. Ele se confirma quando a cozinha popular e a alta gastronomia se encontram, quando tradições ganham novo fôlego ao lado da inovação, e quando cozinheiros e cozinheiras da cidade são reconhecidos como protagonistas.

O encontro que reuniu 23 profissionais dos Restaurantes Populares traduz exatamente esse espírito. Foi sobre valorizar quem prepara refeições que alimentam com sabor, cuidado e dignidade. Foi também sobre mostrar que a inovação pode caminhar junto com os saberes tradicionais, criando uma cozinha que é, ao mesmo tempo, memória e futuro.

Turismo que gera impacto social

De 15 a 31 de outubro de 2025, a segunda edição da Bienal da Gastronomia acontece em correalização da Prefeitura de Belo Horizonte com o Sebrae Minas, espalhando uma programação diversa por mercados, bares e espaços culturais. Mas a essência do evento está justamente em iniciativas como a oficina no Cresan Lagoinha: aproximar a gastronomia da vida real, gerar impacto social e reforçar que o turismo é, sim, um vetor de desenvolvimento.

Foto: Bernardo Silva / Acervo Belotur

No fim das contas, a cozinha sempre fala de pessoas. De quem cozinha, de quem come, de quem compartilha. E Belo Horizonte tem mostrado que essa força pode se transformar em política pública, em estratégia de desenvolvimento e em orgulho coletivo.