A nova versão celebra os 26 anos da Cia Baobá Minas, referência nos estudos e criações relacionadas à dança afro-brasileira em Minas Gerais, e reafirma a capacidade de reinvenção do grupo, ao amplificar as vozes e histórias de mulheres negras, a partir de um repertório atento sobre ancestralidade, oralidade e narrativas afrodiaspóricas. “A gente traz o samba, a festa, mas ao mesmo tempo a gente traz a dor. Os desafios e vitórias dessas mulheres para sobreviver, para serem respeitadas dignamente”, adianta Júnia Bertolino
A dramaturgia de Júnia Bertolino é inspirada diretamente nas contribuições e superações de mulheres negras pioneiras em diversas áreas do conhecimento e das artes. Entre elas, estão Marlene Silva, precursora da dança afro em Minas Gerais; Mercedes Baptista, a primeira negra integrante do balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro; Ruth de Souza, considerada a primeira referência negra na televisão brasileira; e Maria Firmino dos Reis, autora do primeiro romance abolicionista do Brasil.