O Projeto Canjerê, realizado pelo Instituto Casarão das Artes Negras, encerra a programação de 2025 com uma celebração que une fé, arte e ancestralidade. A última edição do ano, que terá a edição temática “Canjerê no Reinado - Samba, benção e reza”.
A edição de encerramento do Canjerê no Reinado inicia com uma roda de conversa com a mestra Mametu Muiandê (Efigênia Maria da Conceição), matriarca do Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango, localizado na zona leste de Belo Horizonte. Sacerdotisa, educadora e referência na preservação das tradições de matriz africana, Mametu Muiandê é reconhecida como um dos grandes nomes da cultura popular da cidade. Sua trajetória é marcada pela transmissão de saberes ancestrais — da filosofia afro-brasileira às práticas medicinais — e pelo compromisso com a formação de novas gerações através do projeto Kizomba, que oferece oficinas e atividades culturais no quilombo.
Em seguida será a vez da atração musical da tarde, o espetáculo “Canto e Reza”, da cantora e multi artista Adrielle Assis, que celebra o samba como linguagem ancestral e força espiritual. A artista mineira, que constrói uma trajetória marcada por produções autorais e performances intensas, une corpo, voz e fé em um repertório que revisita as tradições afro-brasileiras. No show, Adrielle mistura composições próprias a obras de Maria Bethânia, Mariene de Castro, Renata Rosa, Alessandra Leão, Matheus Aleluia e A Barca, evocando a musicalidade das rodas, dos terreiros e das ruas.
Ao longo de 2025, o Canjerê no Reinado promoveu quatro edições especiais, reunindo mulheres negras mestras da cultura — reinadeiras, benzedeiras, parteiras, cozinheiras, raizeiras e mães de santo — em rodas de conversa e apresentações artísticas. Cada encontro reafirmou o papel das mulheres negras como guardiãs dos saberes e da ancestralidade, e fez do Canjerê um território de trocas, escuta e celebração da cultura afro-brasileira.