“Dos bailes da vida às salas de concerto” é o tema da conversa entre o músico Célio Balona e o maestro Felipe Magalhães, durante a Live Dando Corda da Orquestra Sesiminas Musicoop, no dia 12 de agosto, quarta, às 21h30, pelo instagram da orquestra.
Compositor, arranjador, tecladista e acordeonista fala sobre sua trajetória que começou cedo, aos 15 anos. “Tocava profissionalmente nas grandes orquestras de baile de antigamente. Com o tempo houve esvaziamento desses grupos e a música para baile ficou restrita aos pequenos conjuntos. Mas segui com vontade de ser acompanhado por grandes formações orquestrais, é o ápice da carreira para o músico”, diz.
A primeira oportunidade veio com a Orquestra Sesiminas Musicoop: “Foi quando gravamos o CD/DVD Projeto Brasil de Antônio a Zé Kéti. Eu, Clóvis Aguiar (piano), Milton Ramos (contrabaixo) a convite do maestro, na época, Marco Antônio Maia Drumond. Pra mim, uma apresentação definitiva e inesquecível. Senti o potencial de uma apresentação com orquestra. Tenho um respeito profundo pelos músicos da Musicoop. São grandes profissionais. Depois disso, vieram outras. Minas é um estado musical, com grandes grupos em atividade”, afirma.
Ainda na década de 60, ao lado de músicos como Nivaldo Ornelas e Wagner Tiso, formou seu primeiro grupo musical. Mais tarde, começou a se dedicar à composição e a música instrumental. Gravou vários discos e participou de Festivais no Brasil e exterior. Atuou em shows nos EUA, México, Argentina, Espanha, Inglaterra, França e foi o representante da América Latina no Festival Electone Yamaha no Japão. Tem sete discos e cinco cds lançados: ”Batuquerê”, “Cantigas“, “Trilhas”, “Coletânea”, e mais recentemente, ”Alumbramentos” CD autoral com participação de vários músicos e comemorativo dos seus 50 anos de carreira.
Atualmente, Balona se apresenta em shows de música instrumental e também compõe trilhas para cinema, balé e teatro. Recebeu pelo filme “Alumbramentos “, da cineasta Laine Milan, prêmio de “Melhor Trilha Sonora”, no Festival de Cinema de Juiz de Fora. Também foi finalista do Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro (2009) na categoria “Trilha Sonora Original” com música composta para o longa “Cinco frações de uma quase história” de Guilherme Fiúza. “A trilha sonora é a moldura da imagem, seja para o balé, o filme, o teatro. Se você coloca uma moldura num quadro muito bonito e essa moldura não tem muito a ver com o quadro, não funciona”, explica.
Sobre a pandemia, o músico diz: “esse vírus colocou em quarentena toda a humanidade e expôs a fragilidade humana. Nós (músicos) seremos os últimos a voltar. A internet tem sido o veículo de comunicação com o público”. Além da Live Dando Corda,Célio Balona se apresentou recentemente, em vídeo publicado na internet, com Cristóvão Bastos: “Eu em BH e ele no Rio. O Cristóvão gravou primeiro o acompanhamento e eu coloquei os solos. Acho que por enquanto é um paliativo. Dias azuis virão”, deseja o músico, que tem ficado durante o isolamento em um sítio da família, em Macacos (MG). “Às quatro da manhã, nos acorda um galo metido a Pavarotti, depois os passarinhos e uma algazarra de maritacas”, brinca. “Para conseguir bom sinal de internet para a live, só voltando para meu apê em BH, no Cruzeiro”, explica.