No segundo episódio do Podcast Leituras tivemos um bate-papo com Magna Cristina de Oliveira, contadora de histórias da oralidade ancestral africana e afro-brasileira.
Para Magna, contar histórias é um chamado, não é uma brincadeira, é algo necessário, uma forma de se conectar com a ancestralidade negra.
Para contar suas histórias, teve que enveredar por um universo desconhecido e pesquisar a mitologia afro-brasileira.
O projeto Iranti – Ser África veio da necessidade de atender a lei n° 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira na educação básica do país.
O Iranti, coordenado por Magna, fazia recontos de contos da mitologia africana nas escolas, quando então, ela percebeu certo desconforto com a temática e enveredou na formação de alunos e professores.
Ela conta que em 2019 as integrantes do Coletivo Iabás foram selecionadas pelo Edital Brasil-Angola e realizaram um intercâmbio de quinze dias no país. Ficaram em uma escola periférica e ofereceram oficinas na ONG Globo de Couro.
A experiência foi muito potente e aprenderam mais do que ensinaram.
Segundo ela, estar em um país preto foi como uma volta para casa. Magna acredita que a contação de histórias é um portal para outros lugares, outras culturas e está diretamente relacionada ao livro.
Para ser um mediador de leitura, o contador de histórias precisa ser primeiro um bom leitor.
Para terminar, Magna nos brinda com a contação da história Orunmilá recebe de Obatalá o cargo de Yabalaó, do livro Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi, introduzida pela adaptação da música Peixinhos do Mar, de Milton Nascimento. Magna Cristina de Oliveira é graduada em Comunicação Social/Relações Públicas, especialista em Gestão Institucional e mestranda na Faculdade de Educação da UFMG (FaE).
Coordena o projeto de extensão Iranti – Ser África - histórias da oralidade e literatura africana e afro-brasileira. Integra o Coletivo Iabás, composto por três mulheres pretas que pesquisam e narram histórias sobre as orixás femininas.
Produtora dos eventos Ayó, Sopros de Ayó, Festival de Cultura e Arte Negra da Assufemg e Novembro Negro da UFMG.
Leciona pelas Ações Afirmativas da FaE disciplinas transversais na graduação com a temática negra – literatura/oralidade.