O “Letra em Cena. Como ler...”, programa literário do Centro Cultural Unimed-BH Minas, volta a promover o encontro com a obra de grandes nomes da língua portuguesa presencialmente.
No dia 14 de junho, terça-feira, às 19h, no Café do espaço público cultural do Minas Tênis Clube, o escritor, compositor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Antônio Cícero, vai proferir uma palestra sobre a obra de Ferreira Gullar (1930- 2016) mediada pelo curador do programa literário, o jornalista José Eduardo Gonçalves.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site da Sympla. Maranhense, José Ribamar Ferreira, nome de Ferreira Gullar, é reverenciado por grandes nomes da literatura nacional e como um dos maiores poetas e escritores brasileiros de sua geração, além de ter sido o sétimo ocupante da cadeira nº 37 da Academia Brasileira de Letras.
Gullar acreditava que todos os poetas já haviam morrido e somente depois descobriu que havia muitos deles em sua própria cidade, São Luiz.
Ele descobriu a poesia moderna aos dezenove anos ao ler os poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.
A partir de então, passou a experimentar ao escrever. Dessa forma, de acordo com Antônio Cícero, é correto afirmar que “no mínimo, ele passou por alguns dos mais importantes movimentos e acontecimentos poéticos ocorridos no Brasil, no século XX”, observa o escritor.
Sobre a forma da escrita de Gullar, Cícero diz que “no seu primeiro livro, Um pouco acima do chão, publicado em 1949, com 18 anos, ele empregava as formas tradicionais, parnasianas, de métrica e rima.
Já com 19 anos, tendo tomado contato com a poesia modernista de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, por exemplo, ele começou a escrever o livro Luta corporal, que seria publicado em 1954.
Nesse livro, depois de uma parte intitulada “Sete poemas portugueses”, ele escreve diferentes partes, com diferentes trechos em versos livres e mesmo em prosa. Mas ele acaba indo muito longe nesse caminho, escrevendo poemas praticamente ilegíveis.
E então, resolve parar de escrever”, revela o poeta.