O ator e diretor Jitman Vibranovski comemora 60 anos de carreira militando em cena com Édipo, tragédia da imortalizada trilogia tebana de Sófocles.
Dirigido, adaptado e interpretado por Jitman, Édipo estreou em março deste ano no Rio de Janeiro, onde segue em cartaz, e o sucesso da peça de quase dois mil e quinhentos anos está na preservação do texto original com a habilidade de a ele ser adicionado o eu. Mas não só.
Sozinho, Jitman encena sete personagens. Do mesmo corpo-cena falam Jocasta, Creonte, Tirésias, o próprio Édipo, e mais o sacerdote do povo, o mensageiro e o criado. Tudo junto numa só pessoa, mas não misturado. Cada um materializado e marcado em gestos e prosódias que expressam, sem corte, a razão e a paixão, em ambiente sem cenário e figurino performático. Apenas um terno para vestir a nudez do eu desse Édipo peculiar elaborado a partir das essencialidades.
Como declarou uma espectadora no debate que acontece a todo final de sessão, “Jitman consegue nos levar não só para Tebas, mas para o encontro de nós mesmos com a nossa história”.