Plataforma Beijo celebra 10 anos de trajetória e estreia o espetáculo de rua "Fazer Festa com o Perigo" no centro da cidade
Peça inspirada na vida de Cintura Fina, cidadã honorária de Belo Horizonte, faz temporada de 28 de novembro a 01 de dezembro de 2024 no Viaduto Santa Tereza
Partindo da trajetória de resistência e coragem de Cintura Fina, figura emblemática da cultura LGBTQIAPN+ em Belo Horizonte, o espetáculo “Fazer Festa com o Perigo” marca o início das celebrações de uma década de atividades da Plataforma Beijo . A montagem, dirigida por Amora Tito, tem temporada de estreia marcada para os dias 28 de novembro a 1º de dezembro, no Viaduto Santa Tereza, com sessões gratuitas.
Com uma dramaturgia assinada por Altemar Di Monteiro, a peça resgata a história de Cintura Fina, transcendendo o mito para apresentar uma narrativa que une realidade e fabulação. O espetáculo transforma o espaço urbano em palco e provoca reflexões sobre memória, resistência e os direitos de narrar as próprias histórias.
O elenco de “Fazer Festa com o Perigo” é formado por artistas de diferentes trajetórias e linguagens, trazendo uma multiplicidade de vozes e corpos para a cena. Composto por Bramma Bremmer, Cláudio Dias, Eli Nunes, Igui Leal, Nickary Aycker e Will Soares, o grupo constrói uma interpretação vibrante e coletiva, que transita entre teatro, música e performance de rua, dando vida a uma encenação que celebra a diversidade.
O espetáculo também se destaca pelas músicas autorais inéditas, compostas por Bramma Bremmer e interpretadas ao vivo pelas atrizes e atores em cena. As canções, que transitam entre o samba e as marchinhas de carnaval, dialogam diretamente com a dramaturgia e intensificam a conexão com o público, criando uma atmosfera que mistura celebração, memória e resistência. A trilha sonora é parte essencial da narrativa, transformando cada apresentação em uma experiência única e pulsante.
Em diálogo com o samba e os orixás, “Fazer Festa com o Perigo” explora a cidade como arena de luta e celebração, propondo uma experiência sensorial que convida o público a revisitar as ruas e suas histórias sob novas perspectivas. Entre performances, músicas e intervenções poéticas, a montagem afirma a importância da memória coletiva na construção de um imaginário de liberdade.
Sinopse:
Sob o sol quente das ruas, o sagrado e o segredo das esquinas, Cintura Fina ressurge como faísca viva, uma presença que atravessa tempos e espaços. Mais que mito, ela é eco e enigma, um jogo de sombra e luz que desfia as décadas e desafia as fantasias. Ao som do samba que pulsa nas veias da cidade, sua vida reverbera nas memórias de nossos corpos, trançando o tangível com o sagrado, o especulativo com a fabulação. Guiada pelos orixás, Cintura desafia a linearidade da história, adentra a mata cerrada de nossa memória coletiva e convoca espíritos esquecidos a sonharem o impossível.
A Lagoinha não será a mesma. Aqui, o perigo se apresenta não apenas como ameaça, mas como convite: a festa é resistência, e a navalha, cura. Neste espetáculo de teatro de rua, o público é convidado a escutar a voz das calçadas, a sentir o grito do asfalto e a questionar: quem tem o direito de narrar? Entre navalhas, pipocas e o axé de suas ancestrais, Cintura Fina se torna transviação, resistência e poesia encarnada. Ela dança para as deusas e para todas aquelas que a cidade tentou silenciar.
Sobre a Plataforma Beijo:
Criada em 2014, a Plataforma Beijo é um coletivo artístico que atua na interseção entre arte e ativismo, com foco em narrativas LGBTQIA+. Ao longo de uma década, a iniciativa realizou espetáculos, intervenções e projetos culturais que desafiam preconceitos e celebram a diversidade. Com “Fazer Festa com o Perigo”, a Plataforma Beijo homenageia sua trajetória e reforça o compromisso com uma arte que pulsa nas ruas, conectando pessoas e histórias em um encontro de afeto e resistência.