A icônica candidatura à eleição de Odorico Paraguaçu para prefeito de Sucupira, cidadezinha litorânea da Bahia, retorna aos palcos com a remontagem de “O Bem-Amado” , texto de Dias Gomes, escrito em 1962, que tem atravessado décadas como um grande sucesso da dramaturgia e da teledramaturgia brasileiras. Dirigida por Marcus Alvisi, a peça traz o ator Diogo Vilela como protagonista, resgatando a divertida história do político que faz de tudo para atingir seus objetivos: inaugurar a sua grandiosa obra política, o primeiro cemitério de Sucupira, para finalmente cair nas graças do povo.
Com temporadas bem-sucedidas nos Teatros João Caetano e Clara Nunes, no Rio de Janeiro, assistidas por mais de 27 mil pessoas, a montagem saiu em turnê pelo Brasil e chega pela primeira vez a Belo Horizonte nos dias 28 e 29 de junho, sábado, às 20h30, e domingo, às 18h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium.
“ O Bem-Amado ” se passa numa cidade fictícia chamada Sucupira, onde Odorico Paraguaçu faz uma promessa de campanha: construir um cemitério para que, assim, possa ter sua própria manifestação como prefeito. A reviravolta hilariante é que, para que o cemitério seja utilizado, alguém precisa morrer, e Odorico faça o possível e impossível para garantir que isso aconteça o mais rápido possível, subornando, corrompendo, oferecendo benefícios e cargas à vontade para que a ação seja concretizada.
Através desse mundo pequenino, Dias Gomes atinge todo o imenso Brasil, esse gigante pela natureza. Uma política sátira que oferece uma visão crítica e ácida da tentativa de cidadania neste vilarejo no interior do estado da Bahia, mas que expõe as mazelas de um povo de maneira inarredável. O texto também abordou questões mais amplas, como a relação entre poder e populismo e a maneira como as promessas políticas podem ser usadas para manipular as massas.