De 2 a 13 de dezembro o Teatro João Ceschiatti recebe o espetáculo OLGA. Olga – Elegia de um campo sem flor é uma montagem poética e simbólica que leva para a cena três atrizes. A peça trata de uma figura feminina marcante e intrigante: Olga Benario Prestes. A líder comunista, judia e alemã que se casou com o Capitão Luís Carlos Prestes, o brasileiro líder da coluna que leva o seu nome. Com ele teve uma filha.
Ela que ilegalmente foi enviada aos nazistas por Getúlio Vargas, justo no período em que abrigava no ventre a única filha do casal. Vítima do regime de Hitler, Olga foi eliminada em um terrível campo de concentração. É justamente sobre os últimos momentos de vida desta e de outras mulheres que trataremos no espetáculo. Trata-se da última montagem de uma trilogia sobre a Coluna Prestes que foi um marco na política brasileira nos anos 20 do século passado. Esta coluna corresponde a um movimento de um grupo de militares que se rebelou contra as forças oligárquicas do presidente Arthur Bernardes. Comandada por Luís Carlos Prestes a Coluna que lutava por justiça social, percorreu cerca de 25 mil quilômetros, a pé ou a cavalo no território brasileiro combatendo sem nunca ter sido derrotada pelas forças governamentais. Com este trabalho trataremos, ainda, de aspectos da história universal. Da questão das diferenças humanas e do risco constante de possíveis práticas autoritárias dos governos totalitários.
Tocaremos na resiliência diante de uma realidade extrema onde o exercício da esperança é de fato um alento para a vida. A propósito de esperança, as palavras da última carta de Olga a Prestes é reveladora como se pode ver no trecho abaixo: “Quero que entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim, saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem, ainda acontecer tantas coisas… Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver.