“Princesa Falalinda” narra uma fábula contemporânea que questiona os arquétipos clássicos dos contos de fadas. Em uma fusão de humor, poesia e crítica social, o enredo convida o público a refletir sobre o silenciamento feminino e a importância da liberdade de expressão desde a infância.
Na trama, a protagonista Falalinda recebe de uma bruxa a maldição de dizer tudo o que pensa. Curiosa, inteligente e divertida na infância, ela passa a ser vista como incômoda à medida que cresce e se recusa a silenciar suas opiniões. O conflito com o pai, o rei, se intensifica quando ele decide casá-la com um príncipe especialista em, literalmente, calar as pessoas.
Depois de ser isolada em uma torre e perder gradualmente a fala, Falalinda reencontra sua voz graças à intervenção da bruxa, que revela ser, na verdade, sua mãe, a rainha. O desfecho surpreendente transforma a protagonista na soberana mais amada de todos os reinos, por sua coragem e sinceridade.
Assinado pela companhia de teatro O Trem, também de Belo Horizonte, o espetáculo aposta na delicada fusão entre lirismo e ironia para tratar temas como empoderamento feminino, escuta ativa e liberdade de expressão. A encenação inclui trilha sonora original e figurinos que misturam elementos clássicos e modernos, reforçando o contraste entre tradição e ruptura. Ainda criança, Falalinda é interpretada por uma atriz-mirim, criando forte identificação com o público infantil.