O Teatro em Movimento traz para o palco do Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas o monólogo “Virginia”, primeiro texto dramatúrgico de Cláudia Abreu e estrelado por ela, dirigido por Amir Haddad.
Nos dias 12 e 13/8, sexta e sábado, sexta às 21h e sábado às 20h, será possível este espetáculo que é o resultado dos atravessamentos que a história da escritora inglesa Virginia Woof (1882-1941) provocou em Cláudia.
Os ingressos custam podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro ou no site eventim.
A classificação é 12 anos. Uma das precursoras do modernismo clássico, Virginia Woolf, como James Joyce e William Faulkner, usava fluxo de consciência (transcrição do processo de pensamento do personagem do texto), a psicologia íntima e tramas emocionais dos seus personagens como base de sua escrita.
Virgínia Woolf tornou-se conhecida com a publicação de “Senhora Dalloway” (1925), romance em que a escritora denuncia a dificuldade da mulher de conquistar seu espaço diante do pouco acesso à educação e da opressão sofrida pelos homens.
A escritora criou textos em que a denunciava a falta de espaço e liberdade que as mulheres sofreram na história. Virginia escreveu dez obras, A Viagem (1915), Noite e Dia (1919).
O Quarto de Jacob (1922), Senhora Dalloway (1925), Leitor Comum (1925), Ao Farol (1927), Orlando (1928), Um Teto Todo Seu (1929), As Ondas (1931) e Entre os Atos (1941).
A dramaturga era uma mulher com problemas de depressão e cometeu suicídio se afogando no rio Ouse, Sussex, na Inglaterra. A relação de Claudia com Virginia Woolf começou em 1989, quando estreou no mundo do teatro atuando na peça ‘Orlando’, assinado por Bia Lessa.
Cláudia contava 18 anos e travou contato inicial com a escritora de clássicos como ‘Mrs Dalloway’, ‘Ao Farol’ e ‘As Ondas’. No entanto, somente em 2016, com a indicação de uma professora de literatura, que a atriz reencontrou e mergulhou de cabeça no universo da autora.
Após ler e reler alguns livros, incluindo as memórias, biografias e diários, a vontade de escrever sobre Virginia falou mais alto. “Eu me apaixonei por ela novamente.
Fiquei fascinada ao perceber como uma pessoa conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?’, questiona a atriz, que enxerga ‘Virginia’ também como um marco de maturidade em sua trajetória. “O texto também vem deste desejo de fazer algo que me toca, do que me interessa falar hoje.
De falar do ser humano, sobre o que fazemos com as dores da existência, sobre as incertezas na criação artística, e também falar da condição da mulher ontem e hoje. Não poderia fazer uma personagem tão profunda sem a vivência pessoal e teatral que tenho hoje’, avalia.
A dramaturgia de “Virginia” foi concebida como inventário íntimo da vida da autora. Em seus últimos momentos, ela rememora acontecimentos marcantes em sua vida, a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, além de revelar afetos, dores e seu processo criativo. Como a escrita de Virginia, a peça tem como base a alternância de fluxos de consciência.