O espetáculo “Éramos Nós”, surgiu a partir de uma cena curta, apresentada em junho de 2024 no Festival de Cenas Inquietas, iniciativa do curso de Teatro da UFMG. O trabalho foi recebido com entusiasmo por um público lotado, e, a partir do impacto dessa primeira apresentação, surgiu o desejo coletivo de ampliar a cena em um espetáculo completo. Agora, “Éramos Nós” retorna aos palcos em sua versão integral, ocupando o Complexo Cultural Funarte MG, de 01 a 03 de agosto, sexta à domingo, às 19h.
Os ingressos podem ser adquiridos pelo sympla ou na bilheteria do espaço, 1h antes do espetáculo começar.
A dramaturgia é marcada por camadas políticas e emocionais, mergulhando nos encontros e desencontros de um grupo de amigos homossexuais que, em pleno contexto pós-ditadura, reúne-se em um apartamento para uma noite de partilhas. No entanto, a chegada de um deles, animado pela expectativa de um possível encontro, desencadeia uma série de conflitos e revelações. Em uma sociedade ainda marcada pela censura e pelo medo, os personagens enfrentam o peso de ser quem são, revelando feridas abertas, afetos silenciados e a urgência de existir plenamente.
O texto é assinado por Carlos Paiva, graduando em Teatro pela UFMG, artista natural de Paraopeba/MG, com oito anos de experiência na dança contemporânea. Gay assumido desde os 16 anos, Carlos transforma suas vivências em cidades do interior em potência cênica, fazendo da arte um território de liberdade e afirmação. “Éramos Nós” é, assim, mais do que uma peça: um manifesto afetivo que entrelaça memórias e lutas da comunidade LGBTQIAPN+, com um elenco e equipe inteiramente formada por artistas da própria comunidade.
Além da estreia na Funarte, o projeto também propõe a formação e o fortalecimento de uma nova geração de artistas LGBTQIAPN+ em Belo Horizonte. A proposta une criação, resistência e cuidado com o outro.