Maria Fernanda Lucena traz a pintura em diferentes suportes, explorando “caixas”, papelão, molduras antigas e objetos em “Kodak”, sua nova exposição na dotART, que abre amanhã (9-5). Em referência à indústria de filmes e fotografia, ela revive as cores da memória com um resgate de frames e imagens analógicas encontradas em antiquários e feiras, guardados por ela, para ganhar novas camadas.
“‘Kodak’ é uma exposição concebida especialmente para a galeria dotART, quando a pintura se aproxima de um tempo analógico onde as imagens manifestam-se como uma impressão numa superfície querendo se distanciar do modo `digital` fragmentado e decomposto em milhões de números”, afirma a artista. São retratos e paisagens pintadas em diferentes estruturas e texturas.
“Relaciono o analógico à pintura, com o material, é a minha versão dessas paisagens, ora expandidas, ora cortando e combinando as paisagens. A minha memória de infância tem a cor dessas fotos, como a gente fotografava muito, a textura dessa fotografia fica na minha percepção desse tempo. Essas pinturas também têm essa camada de memória, dessa cor presente na fotografia dos filmes analógicos”, aponta.