A AM Galeria de Arte, em Belo Horizonte, inaugura no dia 9 de novembro a exposição "SILÊNCILUZ", primeira mostra individual do artista Andrey Rossi.
Com curadoria de Guilherme Bueno, a exposição apresenta 22 obras inéditas que exploram a relação entre luz e silêncio, revelando paisagens e naturezas-mortas que capturam instantes de quietude e nostalgia, inspiradas na precisão dos pintores-viajantes de séculos passados. "SILÊNCILUZ" fica em cartaz até o dia 30 de novembro.
A exposição reúne trabalhos recentes que fazem parte de uma pesquisa contínua desenvolvida por Andrey Rossi há anos, centrada essencialmente em pintura e desenho.
Nesta mostra, a maioria das obras são pinturas que exploram o conceito de "arquitetura imaginária" – espaços fictícios criados a partir de um universo íntimo do artista, com uma temporalidade indefinida, marcada por manchas e trincos que conferem um aspecto ruinoso, evocando tanto o passado quanto a passagem do tempo. "Esses espaços estão constantemente vazios, e a presença humana se faz sentir através do ambiente desgastado, refletindo nosso próprio envelhecimento e cicatrizes", comenta o artista.
Esse trabalho começou no início da pandemia, durante o confinamento, período em que Rossi, nascido no interior de São Paulo e criado em meio à natureza, sentiu a necessidade de representar paisagens que evocassem sua vivência em um ambiente natural e distante do espaço urbano.
O tempo é uma palavra-chave na obra de Andrey Rossi, refletido não só nas paisagens, mas também nas naturezas-mortas, onde a quietude e o silêncio capturam esse efeito de passagem.
As paisagens, a maioria feitas sobre papel, são acompanhadas de textos, que são devaneios sobre lugares imaginários.
Andrey Rossi compartilha que sua relação com a pintura, especialmente a óleo, começou cedo, aos dez anos, e nunca mais foi interrompida.
Essa técnica se tornou para ele uma linguagem essencial e o meio pelo qual se identifica no mundo. "A pintura é onde consigo descortinar um mundo possível, um mundo que faz muito sentido para mim", afirma.
Através da pintura, Rossi sente que se aproxima de tudo que deseja comunicar e, desde criança, encontra na prática uma paixão inabalável. "Sempre foi uma certeza para mim", conclui, refletindo sobre a conexão profunda que mantém com a arte de pintar.