O Parque do Palácio inaugura, no dia 24 de agosto, a exposição “Absurdo da Forma”, individual do artista mineiro Carlos Fiorenttini (1951), com curadoria de Sarah Ruach. A mostra ocupa os interiores do Palácio das Mangabeiras e apresenta um conjunto de obras que percorrem seis décadas de produção, revelando o diálogo entre rigor técnico, precisão geométrica e liberdade poética que marcam sua trajetória.
Na exposição em Belo Horizonte, sua cidade natal, o artista apresenta um recorte que reúne fases distintas de sua produção, compondo um percurso exógeno em relação à sua própria história. Se por anos sua obra circulou pelo mundo, “Absurdo da Forma” propõe um reencontro entre o artista e a cidade, traduzido em telas que combinam disciplina geométrica e abertura ao sonho.
Entre precisão e delírio
O trabalho de Fiorenttini se caracteriza por uma constante tensão entre ordem e devaneio. O traço é meticuloso, rigoroso, mas se abre a composições em que o real parece à beira do surreal. Essa combinação gera imagens em que a lógica se dobra à imaginação, evocando tanto a precisão técnica quanto a liberdade criativa.
O texto curatorial, assinado por Sarah Ruach, ressalta que “o surrealismo não é uma aversão ao real, mas um atravessamento deste, uma elaboração inquieta entre metáfora, precisão e a permeabilidade do concreto”.