Vizinhos conversam, corriqueiramente, sobre balas perdidas encontradas no quintal. Os tiros descem do morro e vão parar no asfalto.
Nas paredes, nas portas, nos pontos de ônibus. Os projéteis e suas marcas são encontrados em todo canto. O que antes causava temor torna-se banal. Essa é a realidade que o artista Osvaldo Carvalho vive na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Lá, “balada” é uma gíria para “ser baleado”, “levar um tiro”.
Pensando nos múltiplos sentidos dessa palavra, foi ela a escolhida para dar nome à sua inédita exposição individual, montada na Piccola Galleria. Plantas, pichações e outdoors, entre outros elementos cotidianos, compõem 16 pinturas em acrílica.
Entre o vidro e a tela, projéteis reais, colecionados por Osvaldo ao longo dos anos, completam as obras.
A partir delas, são propostos questionamentos sobre a banalidade dos nossos dias e a nossa relação com o mundo. A mostra poderá ser visitada de diferentes formas: presencialmente, sem retirada de ingressos, ou virtualmente, com inscrições pela Sympla.