Propondo a união da cultura Ballroom e o dialeto Pajubá, a Pajuball realiza a sua segunda edição em parceria com a Casa Natura Musical. A primeira aconteceu em junho de 2019, com mesas de debates, discotecagem, performances e shows. A Casa também recebeu outra ballroom do Coletivo Amem em novembro de 2019 em comemoração ao Dia da Consciência Negra - a Kiki Ball Afrodiaspórica. Nesta nova ação, pensada para o período de isolamento social, a Casa e o Coletivo Amem criaram a Pajuball em Casa, que começou em junho por meio de lives no IG @casanaturamusical e será encerrada no dia 24 de julho, sexta-feira.
A programação da noite começa às 21h, com a live Histórias pretas na Ballroom, com participação da educadora criativa e modelo carioca Jacqueline Ayo e mediação de Rhany Mercês, Miss Minas Gerais Trans Plus Size 2020. Às 21h30, terá início uma Festa Amem online que funcionará como um baile voguing virtual. Estão agendados show de MC Billa Domitila Mutatis Zion, sets des DJs Lorrany (SP) e Orí (DF), além de performances de voguing de Edson Vogue (PE), Yagaga Kengaral Revlon (CE) e Brunessa Candace Zion (SP).
A festa acontecerá no aplicativo Zoom via Sympla. Toda a receita arrecadada com a venda de ingressos será repassada ao #AmemEmCasa, projeto criado pelo Coletivo Amem para ajudar pessoas negras LGBTQ+ em tempos de isolamento social – além disso, será disponibilizado pela Casa um lote de ingressos gratuitos para quem quiser participar, mas estiver sem condições de contribuir financeiramente. A ação também incentiva a circulação de renda entre artistas independentes que estão em busca de plataformas para seguir realizando seus trabalhos.
O Pajuball Em Casa começou no mês passado através de parceria entre a Casa e os artistas e produtores Flip Couto e Félix Pimenta, membros do Coletivo Amem e dois dos principais movimentadores da cena ballroom em São Paulo. As Balls são bailes que surgiram em meados dos anos 60, realizados pela comunidade LGBTQ+ negra e latina de Nova Iorque, dando origem à cultura House Ballroom, que traz em sua essência possibilidades de performances baseada em identidades de gênero, raça e sexualidade.
Os bailes trazem ainda competições de moda, dança e música centradas no voguing, dança baseada nas poses das modelos da revista Vogue. Já o Pajubá, que também nomeio o evento, é uma linguagem em códigos criada pela comunidade LGBTQ+ como uma forma de resistência e comunicação que utiliza termos de origem nagô e iorubá.