A pandemia do coronavírus trouxe para a sociedade uma aceleração no que tange a utilização de veículos de comunicação nos meios virtuais e pensar novas formas de sentir, consumir e fruir a cultura. O artista é um ser inquieto e o isolamento social não vai fazer com que pare de criar e desejar expor seu pensamento e sua arte. Sendo assim, o cantor e compositor Cliver Honorato, o bailarino Fábio Dornas, a produtora Giana Lucindo e a artista e produtora cultural Sheila Paiva criaram o show ao vivo “A arte nos une”, em que estarão unidos, mesmo à distância, artistas brasileiros e europeus. O objetivo é exercitar as potencialidades criativas e promover a fruição e troca de experiências culturais. Este show ao vivo será transmitido por Davit Gimenez, responsável pela edição e transmissão de vídeo ao vivo, no dia 27 de julho, sábado, às 16h(Brasil) e 21h (Suíça), no canal do youtube de Cliver Honorato. Será pedida uma contribuição que será dividida pelos artistas que participam do espetáculo.
“Antes da pandemia, estava acertada uma turnê minha e de outros artistas da música e dança de BH pela Europa e Estados Unidos. Um projeto lindo que a necessidade do isolamento social fez adiar”, conta Cliver. Mas como deixar morrer algo tão lindo e impactante como um show que viajaria por Portugal, Alemanha, Grécia, Suíça, Espanha e Nova York? “Decidimos fazer um show virtual ao vivo em parceria com a casa de show Bluewonder: Neuer Club em Chur na Suíça e nas minhas plataformas digitais”, explica Cliver.
Nessa ponte aérea que sairá do Brasil para Portugal e Suíça será possível contemplar a arte de André Abujamra (SP), Iaiá Drumond (MG), Chus (Espanha), Caxi Rajão(MG), Nathalia Bellar (PB), Marquim D`Morães (MG), Vitoria Regina (MG) e o piano de Luciana Alvarenga (MG). A poesia de Vanessa Marques (MG), a dança de Fábio Dornas (MG) e Vitória Regina (MG). O roteiro do show, pensado e costurado por Romes J. Lopes, conta com 14 canções de Cliver Honorato, André Abujamra, Ivan Lins, Chico Buarque que, na construção do roteiro realizado com minuciosa pesquisa, casam umas com as outras, por meio de cenas temáticas. O espetáculo conta a produção local, na Suíça, de Sara Maria Zala. No Brasil, quem faz a produção e assistência de direção é a paraense Diana Mourão.
Fábio Dornas, bailarino e idealizador do show, atenta para o senso de oportunidade do artista. “Quisemos ver na adversidade uma oportunidade, por isso criamos este show. Chamamos artistas que admiramos, que são amigos e que sabemos que, devido ao isolamento social ocasionado por conta da Covid-19, estão passando por dificuldades”, explica. “O mercado cultural foi o primeiro a ter suas atividades interrompidas e tudo indica que será o último a voltar ao normal. Com isso, muitos trabalhadores da arte estão passando por problemas financeiros, encontramos essa forma de trabalhar”, explica o bailarino. O show “A arte nos une” é um exercício de resistência/existência em prol da arte, que nos une e nos liberta.